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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

13 de agosto - 4ª Aparição de Nossa Senhora de Fátima

A Senhora Veio

Na região, todos souberam do episódio, e os três pastorinhos começaram a ser admirados como verdadeiros heróis. Mas não conseguiam entender por que os seus pais não os tinham ido buscar na prisão.

“Mas, por que não veio nos socorrer?”, perguntou Lúcia à mãe. “bem filha”, respondeu D. Maria Rosa, “eu pensei que talvez pudessem estar inventando esta história. Então, concluí que, se estivessem mentindo, seria a punição que mereciam ou, caso estivessem dizendo a verdade, Nossa Senhora lhes ajudaria”.

É claro que os pais dos pastorinhos nunca imaginaram que o Administrador fosse tão cruel. Quando souberam o que lhes havia feito, ficaram indignados. Porém, agradeceram a Deus por ter trazido seus filhos de volta, e se conformaram.

Depois de as coisas acalmarem um pouco, Dona Olímpia disse seriamente à Jacinta: “De qualquer forma, acho que a sua Senhora veio mesmo no dia 13”.

“O que disse, mãe?”, perguntou Jacinta.

“Bem, havia muita gente naquele dia, à espera que vocês chegassem. Quando viram que não vinham, ficaram desapontados e aborrecidos. Mas, por volta do meio-dia, ouviu-se um trovão. Todos ficaram surpresos, visto que o dia estava limpo. De repente, apareceu um raio de luz tão intensa que foi visto claramente, mesmo ao meio-dia. Depois, o sol começou a perder o brilho, e uma bela nuvenzinha branca veio pousar sobre a azinheira e cobriu-a completamente. Esteve ali apenas alguns instantes e partiu. Todos ficaram admirados e perceberam que alguma coisa extraordinária tinha acontecido. O descontentamento das pessoas parou imediatamente. Em vez disso, ficaram zangadas quando souberam que vocês tinham sido raptados”.

“Viram!”, disse Lúcia aos dois primos, “a Senhora veio! Foi embora porque não estávamos lá!.

“Que pena!”, murmurou o Francisco.

“Sim, que pena! Pensar que nós A perdemos” E que Ela pode ter ficado desapontada!”.

No dia seguinte, 19 de Agosto, Lúcia e Francisco levaram sozinhos as ovelhas para pastar numa propriedade chamada Loca do Cabeço, mais próxima da aldeia. Ali, os dois, sentados sobre as pedras brancas, conversavam entristecidos.

“Estou imaginando se teremos de esperar até o próximo mês para vermos a Senhora novamente”, disse Francisco à Lúcia.

“Eu não sei... será que teremos apenas 5 visitas em vez de 6?”, respondeu-lhe esta.

Repentinamente, o ar começou a ficar mais fresco e o Sol foi escurecendo. Lúcia olhou para cima e o seu coração disparou.

Pensou imediatamente na Jacinta, que tinha ficado em casa. Mas, nesse momento viu o seu irmão João que vinha pelo caminho e gritou-lhe, estendendo-lhe uma moeda: “Rápido João, corre até a casa e diga à Jacinta que venha imediatamente, porque a Senhora já vem”.

Alguns minutos depois houve um barulho de trovão, e um relâmpago, e lá estava a Senhora sobre os galhos de uma outra azinheira, um pouco maior do que a da Cova da Iria.

A Jacinta chegou a tempo, ofegante, mas contente. Como estava feliz por vê-La outra vez!

Lúcia falou primeiro: “O que vossemecê me quer?

“Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13 de cada mês e que continueis a rezar o Rosário todos os dias. No último mês farei um milagre para que todos acreditem”. Neste momento a Sua fisionomia tornou-se mais séria e acrescentou: “Se não vos tivessem levado para Ourém, o milagre seria ainda maior”.

Sim, a Senhora tinha visto tudo do céu. Tinha visto o pecado do Administrador, o desinteresse das pessoas. Por isso, como castigo, faria um milagre menor.

Depois Lúcia perguntou-Lhe o que deveriam fazer com o dinheiro que muitas pessoas deixavam na Cova. A Senhora respondeu com a sua voz serena e celestial: “Façam-se dois andores: Um leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco. O outro, que o leve o Francisco com mais três meninos. Os andores são para a festa de Nossa Senhora do Rosário. E o que sobrar é para ajuda de uma capela que mandarão fazer”.

Lúcia, por fim, pediu a cura de algumas pessoas. A Senhora respondeu que curaria algumas durante o ano. Neste momento, a Sua face tornou-se triste e disse: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores. Muitas almas vão para o Inferno porque não há quem se sacrifique por elas”.

E dizendo isto, começou a elevar-se para o céu.

Depois de partir, o Francisco teve a idéia de cortar alguns galhos da azinheira onde Ela tinha tocado. Todos ficaram admirados por verem que destas folhas saía um perfume doce e desconhecido!

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