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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Verdadeira vida está em conhecer a Deus e a Cristo, diz Papa!!!

O Papa Bento XVI presidiu na tarde desta Quinta-feira Santa, 1º, a Missa da Ceia do Senhor, mais conhecida como Missa do Lava-pés, na Basílica de São João de Latrão, em Roma. A Celebração recorda a instituição da Eucaristia e do sacerdócio e, também, se faz memória do ensinamento de Jesus através do tradicional rito do lava-pés.

Em sua homilia, o Santo Padre destacou que o lava-pés resume o "serviço redentor de Jesus em favor da humanidade necessitada de purificação" e que após este gesto de humildade, Jesus transformou suas palavras em oração - sua Oração Sacerdotal. "Na Oração Sacerdotal, torna-se visível também, de maneira muito particular, o mistério permanente da Quinta-feira Santa: o novo sacerdócio de Jesus Cristo e a sua continuação na consagração dos Apóstolos, com a participação dos discípulos no sacerdócio do Senhor".


O Papa refletiu sobre as palavras ditas por Jesus nessa oração, que revela que a vida verdadeira está em conhecer a Deus e a Jesus Cristo. "O que vem a ser esta vida verdadeiramente eterna, que a morte não pode lesar? A resposta de Jesus, a acabamos de ouvir: A vida verdadeira é que Te conheçam a Ti – Deus – e o teu Enviado, Jesus Cristo. Com surpresa nossa, nos é dito que vida é conhecimento. Isto significa antes de mais nada: vida é relação. Ninguém recebe a vida de si mesmo e só para si mesmo. Recebemo-la do outro, na relação com o outro", explicou.

O Santo Padre prosseguiu chamando a atenção para o fato que "conhecer, no sentido da Sagrada Escritura, é tornar-se interiormente um só com o outro. Conhecer Deus, conhecer Cristo significa sempre também amá-Lo, tornar-se em certa medida um só com Ele em virtude do conhecer e do amar. Por conseguinte, a nossa vida torna-se autêntica, verdadeira e também eterna, se conhecermos Aquele que é a fonte de todo o ser e de toda a vida".

"Assim a palavra de Jesus torna-se para nós convite: tornemo-nos amigos de Jesus, procuremos conhecê-Lo cada vez mais!", exortou.

Em seguida, referindo-se ao fato que ao longo da Oração Sacerdotal Jesus fala duas vezes da revelação do nome de Deus, o Papa observou que "o Senhor faz aí alusão ao episódio da sarça ardente; lá Deus, respondendo à pergunta de Moisés, revelara o seu nome. Portanto, Jesus quer dizer que leva a termo o que se iniciara junto da sarça ardente: Deus, que Se dera a conhecer a Moisés, agora se revela plenamente n’Ele. E, com isto, Ele realiza a reconciliação".

Bento XVI observou ainda que "comunicar o nome significa entrar em relação com o outro. Por isso, a revelação do nome divino significa que Deus, infinito e subsistente em Si mesmo, entra no entrelaçamento de relações dos homens: Ele, por assim dizer, sai de Si mesmo e torna-Se um de nós, um que está presente no meio de nós e ao nosso dispor".

Este estar de Deus com o seu povo realiza-se na encarnação do Filho. "Deus enquanto Homem pode ser chamado por nós e está perto de nós. Ele é um de nós, sem deixar de ser o Deus eterno e infinito. O seu amor sai, por assim dizer, d’Ele mesmo e entra em nós. O Mistério Eucarístico, a presença do Senhor sob as espécies do pão e do vinho é a máxima e mais alta condensação deste novo estar-conosco de Deus."

O Santo Padre ressaltou que o pedido mais conhecido da Oração Sacerdotal é o da unidade para os discípulos, para aqueles de então e os que haveriam de vir: "Não peço somente por eles – a comunidade dos discípulos reunida no Cenáculo – mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em Nós e o mundo acredite que Tu Me enviaste" (v. 20s; cf. vv. 11 e 13).

Bento XVI disse ainda que essa oração revela-se, propriamente, um ato fundador da Igreja. A oração de Jesus dá-nos a garantia de que o anúncio dos Apóstolos jamais poderá cessar na história.

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