.: Maria e o diálogo ecumênico
Nesse contexto, a especial atenção dada aos pontos que já unem os cristãos é fundamental. "No patrimônio em comum, sobretudo entre católicos e ortodoxos, um posto privilegiado era ocupado por Maria e pelas tradições litúrgicas e espirituais a ela vinculadas", lembra.
O pesquisador ressalta que o diálogo ecumênico não fica restrito entre Roma e o Oriente, citando as importantes contribuições do relacionamento com a Comunhão Anglicana e os luteranos dos Estados Unidos, como a Declaração de Seattle Maria: graça e esperança em Cristo, de 2 de fevereiro de 2004, uma obra da Comissão internacional anglicano-católica.
"Apesar de não ter nenhum valor de autoridade, esse texto representa um significativo episódio para definir um caminho ecumênico que saiba se libertar dos condicionamentos que por séculos frearam os cristãos no compartilhar de suas próprias tradições originais. Por isso, católicos e anglicanos escreveram que a declaração 'reflete poderosamente os nossos esforços de buscar o quanto temos em comum e celebra importantes aspectos de nosso patrimônio comum. As nossas duas tradições compartilham muitas das festas ligadas a Maria. A nossa experiência fez compreender que é no âmbito do culto que temos a mais profunda convergência, quando damos graças a Deus pela mãe do Senhor, que se faz uma só conosco naquela vasta comunidade de amor e oração que chamamos de comunhão dos santos'", salienta Burigana.
O italiano também recorda que "nos primeiros cinco anos do pontificado de Bento XVI, a reflexão ecumênica sobre Maria prosseguiu", bem como que tem sido dado amplo espaço à Maria bíblica, "com a intenção de colher não somente as riquezas da Escritura sobre a figura de Maria, mas também as diversas correntes exegéticas, que determinaram, sobretudo a partir do século XVI, uma profunda contraposição no Ocidente".
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