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sábado, 6 de novembro de 2010

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

+ João Braz de Aviz
Arcebispo Metropolitano de Brasília


A santa Igreja hoje conduz todos os discípulos de Jesus a fixar sua atenção na imensa multidão de homens e mulheres de todos os tempos, desde o início do mundo, que já experimentaram a morte e agora formam a grande comunhão de todos os santos para sempre ao lado de Deus.

Sobre eles, sobre seu futuro, como também sobre o nosso, há perguntas significativas que nos acompanham: a morte é o fim de tudo? A ciência conseguirá vencer a morte? Para os que crêem é possível pensar que foi Deus quem criou a morte? Por que em todos, crentes ou não, existe um desejo infinito de vida, de superação das doenças e das limitações físicas e do ódio que gera a morte? Nós crentes, cristãos e católicos, apoiamos nossa certeza, a esse respeito, na palavra de Deus contida na Bíblia.

Sabemos, pela experiência da fé e, por um instinto natural profundo, que Deus é o fundamento de tudo o que existe e que Ele revelou seu rosto de amor para com a humanidade. Tudo o que saiu de suas mãos é bom. A morte, por isso, não é obra sua, pois Deus é “Senhor, amigo da vida” (Sab 11,26).

Nossa certeza se baseia na palavra de Deus. Ela nasce da pessoa de Jesus Cristo, homem e Deus, que sofreu e morreu e depois, por sua própria virtude ressuscitou dos mortos. Ele é o único que venceu a morte, primeiro ressuscitando a outros e depois, como selo, saindo do reino da morte por suas próprias forças. O apóstolo Paulo nos exorta que, sem esse fundamento, nossa fé é vã. Por isso, em Cristo todos nós um dia ressuscitaremos.

Construímos nossa eternidade feliz vivendo como discípulos e discípulas do Senhor. E, para os que assim se conduzem, está reservada a vida eterna, na participação amorosa da Santíssima Trindade.

Hoje o evangelista Lucas nos orienta sobre o estilo de vida capaz de transformar-nos em santos. São bem-aventurados os pobres em espírito, os aflitos, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os que são perseguidos por causa da justiça e os que são injuriados e perseguidos com mentiras e com todo o tipo de mal, por causa de Cristo. Jesus nos assegura que tudo isso nos leva não ao medo, à fraqueza e à infelicidade, mas à alegria e à exultação (cf Mt 5,1-12ª).

Santidade na unidade é a meta de nossa vida eclesial em Brasília. Esforcemo-nos, enquanto é tempo, a percorrer juntos esta estrada, na presença do Senhor crucificado e ressuscitado!

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