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terça-feira, 14 de dezembro de 2004

::Imprensa Sensasionalista Brasileira::
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Como era de se esperar, a morte de Dimebag Darrell se tornou a bola da vez da imprensa sensacionalista. Entre tantas outras emissoras e veículos a rede Globo se destacou com uma cobertura sensacionalista e preconceituosa da morte do ex-guitarrista do Pantera.Na reportagem levada adiante no Jornal Nacional pelo correspondente Willian Wack, Dimebag (a esta hora não mais uma vítima) foi mostrado como um usuário de drogas (devido ao apelido, que traduzido, significa "trouxa de maconha") pregador do ódio e violência. Houveram ainda insinuações de que acidentes do tipo em shows de heavy metal se tornam mais comuns a cada dia.Logo a seguir, o comentarista Arnaldo Jabor apresentou um editorial intitulado "Não Sobrou Nada" (título disponível no site da Globo) igualmente equivocado e preconceituoso.
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Leia na íntegra:
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"O rock começou como canto à alegria e à liberdade, música de esperança numa era de utopias e flores. Aos poucos, a ilusão foi passando. Em 68, a esperança jovem foi sendo detida pela reação da caretice mundial. Os ídolos começaram a morrer: Janis Joplin, Jimmy Hendrix sumiram juntos. Na década de 70, o que era novo e belo se transforma nos embalos de sábado à noite e começa o tempo da brilhantina. Junto com a caretice dos Beegees, o que era liberdade cai na violência. Em Altamont, no show dos Stones, a morte aparece. Charles Manson é o hippie assassino e o heavy metal o punk vão glorificar o barulho e o ódio. Com a pressão do mercado mais sólida e invencível, a falsa violência comercial, sem meta, nem ideologia, fica mais louca e ridícula. Os shows de rock viram missas negras que lembram comícios fascistas. É musica péssima, sem rumo e sem ideal. A revolta se dissolve e só fica o ódio e o ritual vazio. Hoje, chegamos a isso, a essas mortes gratuitas. A cultura e a arte foram embora e só ficou a porrada."
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O que seria óbvio para tantos fugiu à percepção de Jabor e da Globo: se fosse alguma faceta da música em questão o que levasse um fã demente a assassinar o seu ídolo, John Lennon, assassinado em um outro 8 de dezembro, ainda estaria vivo.Como era de se esperar, uma massa gigantesca de emails foi enviada à Rede Globo por fãs indignados com a cobertura da emissora sobre a morte de Darrell.Um funcionário da emissora respondeu a uma das mensagens, dando detalhes possíveis sobre a reportagem e a relação do heavy metal dentro da emissora. Seu nome não será revelado.
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"Antes de mais nada devo confessar que não acompanhei a cobertura, assim não tenho condições para comentar. Agora, uma coisa é a matéria jornalística, outra é a opinião livre do Jabor. E, mesmo nesse caso, aposto que se ele pisou na bola foi por absoluta falta de conhecimento. Há algum tempo eu tive que dar umas "aulas" por aqui para explicar que "hip-hop" não era apologia do tráfico. Vou comentar com a moçada, mas esse episódio serve para mostrar que as pessoas aqui agem e eventualmente erram com independência, ou preconceito pessoal, uma vez que ninguém pode imaginar que existe uma recomendação editorial contra heavy-metal... Grato pelo toque. Abraço."
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Flávio Bueno - Equipe WMBlog - Magnus Creator "Publiquei esta reportagem do site Whiplash pelo fato de acreditar que uma certa discriminação e um enorme pré-conceito no que se refere aos shows e as bandas de rock 'n roll está sendo realmente preconizado pela imprensa sensasionalista e barata brasileira. Aliás será que críticos como o Arnaldo Jabor por acaso sabem da existência de bandas de rock que por acaso usam como tema o combate as drogas, a violência, etc. Com que autoridade um jornalista pode afirmar que tal estilo musical preconiza a violência sendo que várias bandas do mesmo estilo preconizam justamente o contrário, isto é, estão generalizando um movimento por um fato isolado. Na minha opinião o desrespeito não acaba por aí. Na medida em que reportagens irreponsáveis como essa são transmitidas sem qualquer credibilidade o trabalho de pessoas sérias e comprometidas com a música que ganham a sua vida com isso é seriamente afetado, ou seja, será que os pais ao verem tal tipo de reportagem ainda ficaram tranquilos quando os seus filhos saírem para um show de rock, ou ainda comprarem um CD de sua banda de rock favorita. A discriminação existente contra o estilo ficará eminente e com isso até o trabalho com fim de evangelizar como o Rock in Cristo, entre outros que usam o rock como arma para fazer deste mundo um mundo melhor serão perseguidos, o rock é um estilo musical que como tantos outros existentes ainda preconizam a alegria daqueles que o curtem, a violência está inserida em quem por acaso está transmitindo a mensagem, independente se o estilo for o rock ou o brega. Está imprensa que julga e tenta mostrar uma cara de mal ao rock é a mesma que absorve um cantor metido no tráfico, um outro que de forma irresponsável atropela e mata um casal, etc. O que mais me admira é que um cineasta como o Arnaldo Jabor que tanto necessita ser culturalizado afirma que o rock não é mais cultura e nem arte mais sim porrada, alías será que ele sabia que grande parte das trilhas sonoras dos grandes filmes inclusive brasileiros são compostos por bandas de rock, que a quantidade de bandas de rock que estão envolvidas com questões sociais é enorme, e que fatos como esse prova que o rock não é só porrada mais sim alegria, solidariedade, que não devemos generalizar por causa de um fato isolado ocorrido em um país extremamente conturbado, onde ser psicopata é ter a garantia de que um dia a sua estória virará filme de Hollywood, onde o caos e o medo são constante, realidade esta não vivida por exemplo em nosso país e que por isso não deva ser regra de um jornalista que critica sem pesquisar e fala sem pensar....... Isto serve para nos fazer refletir: até que ponto devemos confiar na nossa imprensa, será que devemos realmente acrediatr em tudo que nos é passado pelos jornais, revistas e principalmente pela televisão, devemos refletir sobre isso."
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