Perto da cruz de Jesus, permanecia de pé sua mãe... (Jo 19,25)
Quando levantaram do chão a cruz, a Mãe se aproximou.
Não tinha palavras. Apenas uma dor que lhe transpassava o coração, como havia sido predito. Cada batida do martelo a pregar seu Filho, cravavam-na no mesmo madeiro.
E, no entanto, Ela conhecia as Escrituras e sabia, desde muito, quem seria aquele Servo Sofredor. E havia chegado o dia do grande sofrimento.
O dia da cruz.
Não mais o teria em seus braços, ainda que estivesse de braços tão abertos, porque, do alto daquele Calvário, Ele abraçava o mundo inteiro, reunindo e redimindo toda a humanidade.
Mãe e Filho apenas se olhavam e se compreendiam. Como sempre fizeram.
Não tinha palavras. Fazia suas as do Filho que chamava pelo Pai, que perdoava seus algozes, que ainda se preocupava com a mãe e com os discípulos que deixava, que entregava seu espírito. E depois, o silêncio.
O silêncio da cruz a clamar mais forte que todos os gritos da terra.
Quando tiraram Jesus da cruz, a Mãe não se afastou.
Não tinha palavras. Recebia nos braços aquele corpo desfigurado e doía-lhe pensar que, um dia, o recebera pequeno e frágil. E que cuidara dele com todo amor que um coração podia conter e extravasar.
Lentamente, retirou a coroa que fazia do Filho um rei aparentemente fracassado.
Quando o colocaram no lençol para o levarem, a Mãe se voltou.
E abraçando apaixonadamente a cruz, gravou-a fundo na alma, para decalcá-la com perfeição no coração de todos os filhos que, naquele Calvário, lhe tinham sido confiados.
Fonte: Catolicanet.com
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