No próximo dia 6 de fevereiro, com a significativa celebração de Quarta-feira de Cinzas, iniciaremos a Quaresma de 2008. Tempo de conversão, de ir ao deserto, de redescobrir e retomar a vida batismal para chegarmos renovados à Páscoa da Ressurreição. É o grande momento em que os cristãos retomam a sua caminhada, buscando, através de atitudes concretas, poder renovar os compromissos batismais na Vigília Pascal.
A Páscoa é a celebração central da liturgia e da vida da Igreja! Nós a retomamos a cada celebração, a cada evento, a cada anúncio, pois realmente Cristo Ressuscitou e está vivo entre nós, e em seu nome a pregação é feita a todos os povos em todos os cantos do mundo.
Ao renovarmos nossas vidas supõe-se também que muitas atitudes nossas sejam renovadas. A cada ano a nossa Conferência Episcopal propõe a todos os brasileiros uma reflexão neste tempo da Quaresma: é a Campanha da Fraternidade.
Ela é dirigida a todos nós: para os católicos, para que seja um tema que ajude em sua conversão quaresmal; para os homens e mulheres de boa vontade, para que seja um tema que ajude na transformação social de nosso país; para os que têm fé, cristãos e não cristãos, para que seja uma oportunidade de dar passos de tomar atitudes concretas para o bem da sociedade.
A cada ano temos tido oportunidade de abrir a Campanha da Fraternidade em dois momentos: na Quarta-feira de Cinzas, neste ano dia 6 de fevereiro, com uma entrevista coletiva à imprensa, às 10 horas na Cúria Metropolitana e, depois, com a grande celebração solene no primeiro domingo da quaresma, neste ano dia 10 de fevereiro. Faremos essa celebração no Ginásio da UEPA às 09 horas da manhã.
Nesta semana tivemos a oportunidade de ver quase toda a nossa Arquidiocese se preparando para aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade na semana que finda. Desejamos que todas as pequenas comunidades, grupos de reflexão, grupos das peregrinações, áreas missionárias, grupos de vida e todos os tipos de comunidades que se reúnem semanalmente, a partir da Quarta-feira de Cinzas também procurem aprofundar o tema da Quaresma e da Campanha da Fraternidade durante esse importante tempo que passaremos a viver. Além da participação na Missa Dominical e nas demais celebrações que possamos ter durante a semana, é muito importante que nos reunamos em todos os grupos e comunidades procurando consolidar a nossa rede de comunidades.
O tema da CF deste ano é “Fraternidade e Defesa da Vida”, com o lema “Escolhe, pois, a vida”. A introdução do texto base recorda que durante vários anos já tratamos sobre a vida, nos temas: Reconstruir da vida (1974), Fraternidade e vida (1984) e nos lemas: Para que todos tenham vida (1984), A serviço da vida e da esperança (1998), Vida sim, drogas não (2001), Vida, dignidade e esperança (2003), Água, fonte de vida (2004) e Vida e missão neste chão (2007). A escolha do tema deste ano é a “expressão da preocupação com a vida humana, ameaçada desde o início por causa do aborto até sua consumação com vista da eutanásia”.
Para toda a nossa sociedade, a Campanha da Fraternidade propõe “caminhos de conversão e de transformação da sociedade a fim de que a pessoa humana seja sempre valorizada em sua plenitude, conforme a sua natureza e a vontade de Deus, de modo que a vida seja um dos principais fundamentos da hierarquia de valores que marca nosso existir e determina nosso agir".
O conteúdo da CF de 2008 foi, talvez pela primeira vez que tenho conhecimento, votado em Assembléia Geral do ano passado para que ficasse bem delimitado que se tratava da questão da “Vida Humana”, pois várias CFs já tinham tratado de muitos outros aspectos da vida.
Normalmente muitas entidades sociais trabalham a Campanha da Fraternidade e estão unidas à CNBB para suas reivindicações de transformação do nosso País. Este tema irá também mostrar os que estão com a CNBB quando se trata de questões éticas, que julgamos importantíssimo discutir em nossa sociedade e que muitas vezes determinam a violência que existe ao nosso redor. Poderemos ver com quem realmente podemos contar para os grandes temas que são propostos para o equilíbrio social do País.
É bom lembrar que não se trata de um tema religioso e não tem apenas argumentos religiosos – trata-se da vida humana que muitas vezes é tratada bem menos dignamente que a vida animal e vegetal.
Sabemos de muitos grupos e organizações governamentais e não governamentais que estão reticentes com relação à Campanha da Fraternidade deste ano.
Eis o momento que se abre dentro da coerência da caminhada eclesial para propor à sociedade, mesmo com as notícias de clonagem do ser humano, uma transformação e conversão para a verdadeira dignidade humana no respeito à vida de todos. Eis o convite para entrarmos e aprofundarmos o tema em nossos grupos e comunidades.
Fonte: www.universocatolico.com.br
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