Cristãos de todos os continentes participaram neste domingo, 28, na Terra Santa, da procissão do Domingo de Ramos, no Monte das Oliveiras.
A celebração, que marca o início das celebrações da Semana Santa, partiu da Igreja de Betfagé, numa aldeia palestina na encosta nordeste do Monte das Oliveiras, sobre a pedra na qual, segundo a tradição, Jesus se apoiou para subir no lombo do jumento, antes de seu ingresso em Jerusalém.
No local, uma comitiva de peregrinos e religiosos de várias Igrejas cristãs se uniu à procissão. Entoando cantos em diversos idiomas, desceram pela corrente de Cedrón até o Portão dos Leões ou de São Estevão.
A entrada, de pedra branca, conduz à antiga cidade de Jerusalém pela Via Dolorosa, caminho percorrido por Jesus desde o palácio de Pilatos até o Gólgota, onde foi crucificado. Neste lugar, hoje se encontra a Igreja do Santo Sepulcro.
Grupos de jovens palestinos com uniformes coloridos animaram a caminhada marchando ritmicamente, enquanto seus vizinhos muçulmanos da localidade apreciaram o espetáculo das janelas e terraços.
“É um dia de glória, de festa e pode-se ver no ambiente que é um dia de alegria no qual o povo lembra esse grande acontecimento, a chegada de Jesus desde Jericó e sua entrada solene em Jerusalém”, disse franciscano Artemio Vítores, padre da Custódia da Terra Santa.
O religioso destacou que uma das partes mais bonitas da procissão é “a chegada ao Dominus Flevit (em latim: O Senhor chorou) onde Jesus chorou sobre Jerusalém e onde os fiéis cantam: 'Alegra-te Jerusalém' e 'Que alegria quando me disseram, vamos à casa do senhor', entre outras canções em lembrança dos antigos peregrinos que vinham à Cidade Santa”.
Os participantes entoaram cânticos e rezaram salmos em árabe, espanhol, inglês, francês e grego, tocando pequenos pandeiros, tambores, violões e violinos.
Dezenas de policiais e soldados israelenses circundaram as ruas pelas quais a procissão passou e helicópteros sobrevoaram a cidade para garantir que tudo transcorresse sem incidentes.
Na vizinha Cisjordânia, palestinos cristãos organizaram um protesto contra a proibição de acesso imposta por Israel, que impede que centenas de milhares de fiéis residentes nesse território ocupado participem das celebrações religiosas da Semana Santa.
Este ano, a Semana Santa cristã coincide com a Pessach, a Páscoa judaica, que celebra a libertação da escravidão no Egito faraônico há 3,5 mil anos e a chegada da primavera.
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