O Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso recebeu com grande preocupação as notícias do proposto "Koran Burning Day" [Dia de Queima do Alcorão], por ocasião do Aniversário dos trágicos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, que resultaram na perda de muitas vidas inocentes e consideráveis danos materiais.
Esses atos deploráveis de violência, de fato, não podem ser contra-atacados através de um gesto grave e ultrajante contra um livro considerado sagrado por uma comunidade religiosa. Cada religião, com seus respectivos livros sagrados, locais de culto e símbolos tem o direito ao respeito e proteção. Nós falamos sobre o respeito que deve ser dado à dignidade da pessoa que é adepta daquela religião e da sua livre escolha em matéria religiosa.
A reflexão que necessariamente devia ser fomentada por ocasião da lembrança do 11 de Setembro seria a de, em primeiro lugar, oferecer nossos profundos sentimentos de solidariedade por aqueles que foram golpeados por esses horrendos ataques terroristas. A esse sentimento de solidariedade, nós unimos nossas orações por eles e seus entes queridos que perderam suas vidas.
Cada líder religioso e crente também é chamado a renovar a firme condenação a todas as formas de violência, em particular aquelas cometidas em nome da religião. O Papa João Paulo II afirmou: "O recurso à violência em nome da crença religiosa é uma perversão dos verdadeiros ensinamentos das grandes religiões" (Discurso ao novo Embaixador do Paquistão, 16 de dezembro de 1999). Sua Santidade o Papa Bento XVI expressou de modo similar: "[...] a violência como uma resposta às ofensas nunca pode ser justificada, pois esse tipo de resposta é incompatível com os princípios sagrados da religião" (Discurso ao novo Embaixador do Marrocos, 20 de Fevereiro de 2006).
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