O Advento tem um caráter de novidade; algo novo e extraordinário está para acontecer. Mas o que significa esse algo novo? Por mais que todos os dias sejamos catequizados ou informados a acreditar num mundo novo, num mundo melhor, esta realidade não pode ser o conteúdo profundo da nossa esperança. (Cf. Spe Salvi nº 30)
Contemplamos a juventude que espera por novas oportunidades de trabalho, do sucesso profissional, da realização pessoal etc. Pergunto-me: diante de toda essa realidade em que vivemos, numa esperança imediatista, como explicar a pesquisa publicada por um jornal conceituado que informava que nos últimos dez anos tem aumentado em 7,7% os divórcios e 15% os suicídios? Indagava-me ainda: para onde está levando esta promessa equivocada e falsa? Não seria necessário repensar os valores nos quais estamos fundamentando a nossa vida? Será que esta realidade de espera, de vigilância que nos coloca este tempo do Advento não nos impulsiona a uma esperança que vai mais além de tudo isso?
Se é verdade que o homem foi criado para ser feliz, por que esta não se dá verdadeiramente? Por que a busca da vida nas drogas, no alcoolismo, na promiscuidade, na falta de respeito com o outro, em usar as pessoas para o próprio prazer etc? Não são os prazeres deste mundo que redimem o homem e não é a oferta que nos é apresentada que resolve os nossos problemas.
O que responde às perguntas que todos temos: Para que fui criado? Onde se encontra a felicidade? A resposta destas perguntas está em Cristo. É Ele quem redime o homem. Com a sua proposta de vida Ele não vem nos esmagar com práticas e nem com um monte de deveres. Ele nos dá a segurança de que tudo o que nos manda fazer Ele mesmo cumprirá na nossa vida.
Então, a verdadeira e grande esperança do homem está em Deus, que nos amou até o fim e que vem em busca do pecador, cura o que está doente, perdoa os pecados dos que estão extraviados. Como afirma a Escritura: Ele não é um homem que diz e depois desdiz. Mas pede para que contem a João Batista o que ouviram e viram: os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos ficam limpos...
Queridos irmãos, a Esperança vem do Senhor, vem Daquele que tem o poder de transformar a dureza que é o seu e o meu coração em um terreno fértil, para que possa verdadeiramente nascer neste Natal um espírito de fortaleza. Saiamos dos enganos, dizendo “Sim” Àquele que nos chamou, como afirma Santo Agostinho: “Quem nos criou sem nós não nos salva sem nós” e abandonemos as falsas e ilusórias esperanças.
Pe. Alessander C. Capalbo é Vigário Episcopal – Vicariato Centro e
Pároco da Paróquia Santa Maria dos Pobres - Paranoá
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