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sábado, 30 de abril de 2011

O papel singular de Maria na economia da Salvação

Introdução

Muitos escritos apócrifos podem ser de grande valia, mas alguns também podem ser decepcionantes. Alguns apócrifos são gnósticos ou carregados de outras heresias e inverdades. Entretanto, vários outros apócrifos carregam consigo fatos verdadeiros e ainda outros que não podem ser confirmados. Dessa maneira, o Evangelho Secreto da Virgem Maria nos traz, uma imagem mariana que ajuda, ao menos em mínimas proporções, a entender o papel da Mãe de Deus na história da salvação, um papel singular que só poderia ter sido cumprido por ela.

É bom dizer antes de tudo que o “Evangelho Secreto da Virgem Maria” não é um texto divinamente inspirado e tampouco aceito como verdadeiro ou canônico. Sua autoria ainda é incerta, além de em muitos trechos existirem equívocos teológicos. Certamente ele é apenas uma composição literária dos primeiros séculos do cristianismo onde o autor tenta mostrar o mundo através dos olhos da Imaculada de maneira bastante ousada. Entretanto, o Evangelho Secreto da Virgem Maria já traz consigo a concepção da intercessão dos justos, mortos para este mundo, mas vivos para Cristo pelos vivos, confirmando assim que há o céu logo após a morte, há também a ideia de que Maria era de fato a graça em plenitude, e que Maria é pra sempre virgem, além da fervorosa narração relacionada a São José, lhe acompanhando nessa virgindade perpétua, temática defendida por vários teólogos modernos, a concepção imaculada de São José.

O escrito peca, entretanto, ao tentar de maneira ousada mostrar como era o olhar da Virgem Santíssima, bem como ao mostrar um Cristo que muitas vezes não sabia de sua divindade, além de cometer erros como não distinguir Maria Madalena de Maria irmã de Lázaro.

É claro que erros como esses já eram esperados, pois se trata de um texto apócrifo, e não de um texto inspirado, mas há um grande grau de elementos comuns entre esse texto e o Catolicismo. É comum observar a verdade mesmo em meio às heresias, e essas verdades nos dão luz, de como era o olhar para Maria entre os primeiros cristãos.

Essa introdução nos ajuda a ver que mesmo pessoas de crença duvidosa nos primeiros séculos do cristianismo já tinham um carinho especial pela Mãe de Deus, título que já aparece também nesse “evangelho” assim como aparece no Evangelho Segundo São Lucas (cf. Lc 1, 43).

Maria, graça plena, medianeira junto a Cristo

Maria é chamada pelo anjo Gabriel de “cheia da graça” (cf. Lc 1, 28). Esse termo designa Nossa Senhora como a graça em plenitude. É um vocativo grego de difícil tradução, um termo atemporal que exprime aquela que era, que é e que sempre será agraciada. Seria equivalente a dizer tecida na graça, coroada pela graça. Desse pequeno trecho tiramos em partes o dogma da Imaculada Conceição.

Nossa Senhora certamente, se era, é e sempre será graça em plenitude, nasceu coroada pela graça, sem a mancha do pecado original. Mas Nossa Senhora teve de ser salva por seu filho pelo sacrifício na cruz, que é atemporal. O Sacrifício não existiu apenas para os que viviam naquela época, mas sim para os que viveram antes, depois e durante a primeira vinda de Jesus. A Salvação é para todos, mais percebida por poucos a morte de Cristo foi um sacrifício infinito, pois foi o sacrifício do filho de Deus que é Deus com o Pai e com o Espírito este sacrifício foi eterno, pois o Deus trino que professamos é eterno.

Maria foi concebida sem o pecado original, isso é ensinado de forma implícita por São Lucas nesse pequeno trecho do Evangelho, São Lucas que é um mariólogo destacado e rico em detalhes quando em seu Evangelho registrou os eventos relacionados à Virgem. Maria é superior aos anjos, é a criatura mais perfeita que pode existir, pois nunca se observa um anjo maravilhado com um ser humano em toda a Sagrada Escritura a ponto de saudá-la com termo tão majestoso “Cheia de graça”. Entretanto o anjo ao ver Maria a saúda “graça em plenitude” [termo que corresponde de forma mais perfeita as palavras originais do evangelho] e ela, por sua humildade se perturba com semelhante saudação.

Os anjos como mensageiros de Deus levaram essa saudação à Maria, saudação essa que partiu do Altíssimo. Nunca em toda a Sagrada Escritura aconteceu episódio similar, apesar de vários anjos mensageiros terem sido enviados por Deus a homens sábios no Antigo Testamento, em nenhuma destas narrações um anjo reconhece a graça em um ser humano. Nossa Senhora não podia ter o pecado original, pois sendo esse pecado passado de pai para filho, se Nossa Senhora o tivesse, ela o teria passado a Jesus, e é pelos méritos de Cristo que ela foi preservada por Deus, pois ali naquele Tabernáculo, o santo ventre de Maria, gerou-se a Salvação na pessoa de Jesus. Deus quis que a Rainha nascesse sem o pecado para que Jesus não o tivesse.

Maria, Mãe de Deus

Eis outro grande enigma. Jesus enquanto plenamente Deus não era descendente de ninguém, pois procede do Pai e com o Pai e o Espírito Santo, forma apenas um. Entretanto, negar a maternidade divina de Maria é negar a redenção. Se as naturezas humana e divina de Jesus fossem separadas, então o sacrifício na cruz não teria servido para nada. Nosso Senhor teria morrido em vão.

Os sacrifícios do Antigo Testamento não limpavam a mancha do pecado, que é uma ofensa infinita a Deus. Eles apenas limpavam parcialmente. Ora, se o pecado é uma ofensa infinita a Deus, então há necessariamente que ter um sacrifício infinito capaz de limpar os pecados da humanidade.

Se a natureza humana de Jesus é distinta da natureza divina, como alegaram diversas correntes heréticas no decorrer da História, quem morreu na cruz foi um homem, pois a divindade não morre. Se quem morreu na cruz é um homem, então o pecado não foi remido, pois se assim fosse, qualquer homem que fosse oferecido em sacrifício teria sido suficiente para redimir os pecados da humanidade. Tomando este raciocínio os concílios da Igreja, condenaram tais teses.

Muito diferente, entretanto, foi o Santo Sacrifício de Cristo. Ele, morrendo na cruz, de uma vez por todas venceu o pecado através de sua morte e ressurreição. Então, quando Maria gerou Jesus, ela gerou de fato um ser plenamente homem e plenamente Deus, cujas naturezas são inseparáveis és a doutrina sempre professada pela Igreja.

Dessa maneira, o Sacrifício de Cristo foi um sacrifício infinito, pois foi um sacrifício de um Deus que se fez homem em tudo, exceto no pecado. Sendo infinito, esse sacrifício lavou nossas culpas e nos fez filhos de Deus.

Portanto, se Nossa Senhora não é Mãe de Deus, as naturezas humana e divina de Nosso Senhor têm que ser distintas e certamente o sacrifício teria sido inútil, tomando este raciocínio o Arianismo, negou a maternidade divina de Maria e o uso do título, Mãe de Deus. No entanto o Concílio de Éfeso em 431 d.C. confirmou dogmaticamente a Maternidade divina de Maria. Assim as naturezas humana e divina de Jesus estão unidas, foram geradas no corpo de Cristo no ventre de Maria Santíssima, tornando possível a redenção.

As mães de todos nós não são capazes de gerar almas, pois a alma quem gera é Deus. Entretanto, essa incapacidade não tira delas o título de mães nossas. De forma semelhante, Maria por não ser Mãe de Cristo enquanto Deus anterior a Maria; não tira dela o título de Mãe de Deus, pois Jesus Cristo é ao mesmo tempo tão humano que teve de ser gerado por uma mulher e tão Deus que nos remiu de nossos pecados. A encarnação é, portanto, um mistério insondável aos olhos humanos.

Maria, medianeira de todas as graças

Na Bíblia em momento algum fala-se que é inútil a oração da Igreja para a conversão dos fiéis. Através do batismo somos todos unidos ao Corpo Místico de Cristo (I Cor 12,12), remidos do pecado original. Assim, somos um só corpo no amor de Deus.

Se somos uns só corpo, não há diferença entre mortos e vivos no que se refere à capacidade de orarmos uns pelos outros, pois nosso tesouro escondido está no alto. Ora, se assim é, então todos os membros se beneficiam com a oração dos membros da Igreja e por isso, Nossa Senhora como Mãe da Igreja também ora por seus filhos.

Maria é medianeira de todas as graças, pois conforme já mostrado e também afirmado por diversos santos, doutores e papas; é Mãe de Cristo e como somos parte do corpo d’Ele, Maria é nossa mãe. Se a graça provém do Verbo, logo a graça passa por Maria, mãe do Verbo. Dessa maneira a Igreja crê que as graças obtidas pelos fieis, chegam também pelas mãos imaculadas da Virgem Santíssima, pois que a ela pode-se recorrer, ante a mediação única que exerce o Senhor Jesus junto ao Pai (I Tm 2,5).

O fato da Palavra de Deus, citar Jesus como único mediador entre Deus e os homens não acaba com a co-mediação de outros, inclusive Maria. Como somos parte do Corpo de Cristo que é a Igreja, assim somos todos comediadores e por isso a intercessão tem valor. Muito mais valor e muito mais força tem a oração dos que já estão em comunhão plena com Deus na visão beatifica. Maria sempre esteve em comunhão, pois jamais conheceu o pecado e por isso, a intercessão de Maria é a intercessão que excede a petição de todos os demais bem aventurados.

Documentário da National Geographic: Restos ósseos poderiam ser de santos mártires do século III

Os investigadores que participam de um novo documentário da National Geographic afirmam que os dois esqueletos que estudados neste filme poderiam pertencer a dois Santos mártires casados do século III em Roma.

“Toda a evidência que reunimos sobre estas relíquias nos mostram que seriam os restos de Crisanto e Daria”, assinala o líder da investigação da Universidade de Gênova, Ezio Fulcheri.

Fulcheri explicou ademais que “esta foi uma oportunidade que sucede com muito pouca freqüência, para estudar ossos e outras relíquias que se relacionam diretamente a uma história quando já passaram quase 2000 anos. Também é raro em mártires desse tempo ter esqueletos completos, o que implica que foram protegidas e veneradas por inteiro desde o começo”.

Estes restos, compostos de 150 ossos, foram encontrados em 2008 na cripta da Catedral da cidade italiana de Reggio Emilia, ao norte do país. As provas para averiguar sua “idade” indicam que estão entre os anos 80 e 340 DC.
Em declarações ao grupo ACI, o produtor geral do documentário “Explorador: Mistério dos Santos Assassinados”, estreado nos Estados Unidos no dia 19 de abril, assinalou que “esta é a primeira vez que podemos provar a autenticidade do que se crê que são relíquias de um santo. Para nós foi um privilégio fazer parte disto”.

Entretanto, acrescentou, “também é possível que estes ossos não sejam reais” devido a que na Idade Média se gerou um mercado negro de relíquias.

O Bispo Auxiliar de Reggio Emilia, Dom Lorenzo Ghizzoni, que também aparece no documentário, assume deste modo este risco e comenta que caso os restos sejam falsos, “serão destruídos porque isso seria certamente escandaloso para os fiéis”.

Crisanto e Daria

A tradição conta que Crisanto era o filho único de um senador romano de Alexandria. Cresceu em Roma e se converteu ao cristianismo. Seu pai desaprovou esta conversão e o obrigou a casar-se com uma sacerdotisa pagã de nome Daria para tentar fazê-lo desistir em seu novo caminho de fé.

Entretanto, Daria se converteu à fé de seu marido e se dedicaram juntos a converter outros milhares ao cristianismo.

As autoridades romanas os prenderam por proselitismo e os enterraram vivos em Roma perto do ano 283.

Desejo a salvação de todos

“Ò Sangue e água que jorraste do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós eu confio em vós” Jesus garante a nossa salvação e a salvação dos nossos. Se você tem medo do inferno, quero proclamar a salvação na sua vida. O Seu lugar é o céu, e da sua família também. Jesus abriu o céu para nós, quando deixou que seu peito ser aberto na cruz.

:: Ouça na íntegra esta pregação

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dia especial da Divina Misericórdia na Canção Nova



o dia 1º de maio, a Canção Nova espera por você para celebrar a Festa da Misericórdia na sede da comunidade, em Cachoeira Paulista (SP).

Durante a madrugada de domingo haverá uma bênção solene da imagem de Jesus Misericordioso proclamada pelo padre Francisco. Ainda pela manhã, os missionários padre Paulinho, Sônia Venâncio e Graça Schelck farão uma oração especial com o Diário de Santa Faustina.

O convidado para a pregação deste dia 1º será padre Fábio de Melo, apresentador do programa 'Direção Espiritual' na TV Canção Nova.

Às 14h15, você poderá fazer, junto com a comunidade, uma oração para consagrar sua casa como a casa da misericórdia. Haverá também uma bênção solene do quadro de Jesus Misericordioso.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

BRASIL É 3º PAÍS ONDE MAIS SE CRÊ EM DEUS, DIZ PESQUISA!!!

O Brasil foi o terceiro país em que mais se acredita em 'Deus ou em um ser supremo' em uma pesquisa conduzida em 23 países.


A pesquisa, feita pelo empresa de pesquisa de mercado Ipsos para a agência de notícias Reuters, ouviu 18.829 adultos e concluiu que 51% dos entrevistados 'definitivamente acreditam em uma 'entidade divina' comparados com os 18% que não acreditam e 17% que não têm certeza'.

O país onde mais se acredita na existência de Deus ou de um ser supremo é a Indonésia, com 93% dos entrevistados. A Turquia vem em segundo, com 91% dos entrevistados e o Brasil é o terceiro, com 84% dos pesquisados.

Entre todos os pesquisados, 51% também acreditam em algum tipo de vida após a morte, enquanto que apenas 23% acreditam que as pessoas param de existir depois da morte e 26% 'simplesmente não sabem'.

Entre os 51% que acreditam em algum tipo de vida após a morte, 23% acreditam na vida após a morte, mas 'não especificamente em um paraíso ou inferno', 19% acreditam 'que a pessoa vai para o paraíso ou inferno', outros 7% acreditam que 'basicamente na reencarnação' e 2% acreditam 'no paraíso, mas não no inferno'.

Nesse mesmo quesito, o México vem em primeiro lugar, com 40% dos entrevistados afirmando que acreditam em uma vida após a morte, mas não em paraíso ou inferno. Em segundo está a Rússia, com 34%. O Brasil fica novamente em terceiro nesta questão, com 32% dos entrevistados.

Mas o Brasil está em segundo entre os países onde as pessoas acreditam 'basicamente na reencarnação', com 12% dos entrevistados. Apenas a Hungria está à frente dos brasileiros, com 13% dos entrevistados. Em terceiro, está o México, com 11%.

Entre os que acreditam que a pessoa vai para o paraíso ou para o inferno depois da morte, o Brasil está em quinto lugar, com 28%. Em primeiro, está a Indonésia, com 62%, seguida pela África do Sul, 52%, Turquia, 52% e Estados Unidos, 41%.

Criação X evolução
As discussões entre evolucionistas e criacionistas também foram abordadas pela pesquisa do instituto Ipsos.

Entre os entrevistados no mundo todo, 28% se definiram como criacionistas, acreditam que os seres humanos foram criados por uma força espiritual como o Deus em que acreditam e não acreditam que a origem do homem viesse da evolução de outras espécies como os macacos.

Nesta categoria, o Brasil está em quinto lugar, com 47% dos entrevistados, à frente dos Estados Unidos (40%). Em primeiro lugar está a Arábia Saudita, com 75%, seguida pela Turquia, com 60%, Indonésia em terceiro (57%) e África do Sul em quarto lugar, com 56%.

Por outro lado, 41% dos entrevistados no mundo todo se consideram evolucionistas, acreditam que os seres humanos são fruto de um lento processo de evolução a partir de espécies menos evoluídas como macacos.

Entre os evolucionistas, a Suécia está em primeiro lugar, com 68% dos entrevistados. A Alemanha vem em segundo, com 65%, seguida pela China, com 64%, e a Bélgica em quarto lugar, com 61% dos pesquisados.

Descrentes e indecisos

Entre os 18.829 adultos pesquisados no mundo todo, um total de 18% afirmam que não acreditam em 'Deus, deuses, ser ou seres supremos'.

No topo da lista dos descrentes está a França, com 39% dos entrevistados. A Suécia vem em segundo lugar, com 37% e a Bélgica em terceiro, com 36%. No Brasil, apenas 3% dos entrevistados declararam que não acreditam em Deus, ou deuses ou seres supremos.

A pesquisa também concluiu que 17% dos entrevistados em todo o mundo 'às vezes acreditam, mas às vezes não acreditam em Deus, deuses, ser ou seres supremos'.

Entre estes, o Japão está em primeiro lugar, com 34%, seguido pela China, com 32% e a Coréia do Sul, também com 32%. Nesta categoria, o Brasil tem 4% dos entrevistados.

Fonte: BBC Brasil

domingo, 24 de abril de 2011

Pensamento do Dia!!!

"Nunca, Nunca, Nunca deixe alguém te dizer que aquilo que você acredita é babaquice, que de repente o teu sonho não vai dar certo..."

FELIZ PÁSCOA

Oi pessoal,

Em primeiro lugar gostaria de deseja a todos os nossos leitores uma feliz Páscoa e que Jesus abençoe a cada um de vocês.

Gastaria de avisar que em breve estaremos fazendo uma reformulação no blog, para deixa-lo ainda melhor.

Um grande abraço a todos e fiquem com DEUS.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mensagem de Páscoa!!!

“...mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” Fl 2, 7-8

Leitura teológica da canção: Vitória, Tu reinarás!

Análise feita por: Leandro Alves de Souza, aluno do 3º anos de Teologia da Faculdade Dehoniana
www.dehoniana.org.br
Música: Vitória (David Julien – CD: As mais lindas canções da Igreja Católica)
Vitória, Tu reinarás! Ó cruz! Tu nos salvarás!
1. Brilhando sobre o mundo, que vive sem tua luz. Tu és um sol fecundo de amor e de paz, ó cruz!
2. Aumenta a confiança do pobre e do pecador. Confirma nossa esperança , na marcha para o Senhor!
3. À sombra dos teus braços, a Igreja viverá. Por ti no eterno abraço, o Pai nos acolherá!
A letra dessa música traz um valor singular, fundamentando-se num conteúdo soteriológico em torno da cruz. A cruz contribuiu para uma releitura salvífica feita pelos autores neotestamentários. Uma realidade totalmente humilhante e de punição perante o império romano e os judeus, mas que, em Jesus, ganha um novo significado de exaltação e de vitória.
Assim, percebem-se os valores soteriológicos presentes na letra musical que tenta resgatar a figura da cruz como sinal de salvação. O evangelista relata: “‘e, quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim’. Assim falava para indicar de que morte deveria morrer” (Jo 12, 32-33), significando que a salvação trazida, em Cristo, tem o poder de atração universal. Ele veio para salvar a todos, sem distinção.
São Paulo é o grande protagonista do anúncio salvífico de Cristo pela cruz: “Pois não foi para batizar que Cristo me enviou, mas para anunciar o Evangelho, sem recorrer à sabedoria da linguagem, a fim de que não se torne inútil a cruz de Cristo. Com efeito, a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas, para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus. Os judeus pedem sinais, e os gregos andam em busca de sabedoria; nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus, é escândalo, para os gentios é loucura, mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, é Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Cor 1, 17-18.22-24). A cruz é sinônimo da obediência de Jesus e de sua “renúncia” da divindade: “Ele, estando na forma de Deus não usou de seu direito de ser tratado como um deus, mas se despojou, tomando a forma de escravo. Tornando-se semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre uma cruz. Por isso Deus soberanamente o elevou e lhe conferiu o nome que está acima de todo nome, a fim de que ao nome de Jesus todo joelho se dobre nos céus, sobre a terra e debaixo da terra, e que toda língua proclame que o Senhor é Jesus Cristo para a gloria de Deus Pai” (Fl 2, 6-11). A morte cruenta de Jesus, portanto, “não é o ato de um Deus impiedoso… É o momento e o lugar em que um Deus que é amor e que nos ama torna-se visível” (COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL,Teologia da Redenção, § 10).
A cruz, segundo os textos neotestamentários, apresenta o significado soteriológico que vê o sacrifício de Cristo como oblação ao Pai e à humanidade, de modo que aconteceu a reconciliação com o mundo.
Porém, o refrão da música limita-se ao uso dos verbos conjugados no tempo futuro, dando a interpretação de que a salvação ainda acontecerá: “Ó cruz! Tu nos salvarás!” Se a interpretação for histórica, pode-se pensar que o evento da cruz aconteceu. No entanto, numa perspectiva escatológica ela consequentemente é um “já e ainda não”, pois a humanidade caminha para a salvação. A cruz, por conseguinte, é escatológica porque remete a humanidade às realidades definitivas por meio da graça de Deus. Ela não é o fim, mas o passo para a Ressurreição. Assim, soteriologia não está segregada da escatologia.
Isso não significa que Deus quisesse a morte cruenta de seu Filho, mas que a cruz foi uma conseqüência de toda a atividade profética de Cristo. François Varone afirma que: “Jesus morre então, por ter recusado até o fim todo o messianismo de poder… Mas Jesus é recusa para poder ser vida e revelação. Jesus morre, então, por ter vivido até o fim a verdade do homem e de Deus” (Esse Deus que dizem amar o sofrimento, p. 68).
Aqui se percebe o reducionismo da letra musical que aponta a cruz como salvação. Historicamente, a tipologia oriental e a tipologia ocidental cometeram o mesmo erro em restringir a salvação de Jesus em uma etapa marcante de sua vida. A primeira se limitou à Encarnação e a segunda à Paixão. Consequentemente, ambas deixaram de considerar a vida concreta de Jesus. Portanto, “A revelação do que seja salvação cristã abrangetoda a vida de Jesus Cristo” (MIRANDA, Mario de França. A Salvação de Jesus Cristo, p. 75). Logo, não existe um momento restrito da existência de Jesus, menos ainda a morte de cruz, que ofereceu a salvação, mas “Jesus proporcionou a salvação, não morrendo, mas vivendo. Ou melhor, a existência de Jesus foi toda ela salvífica, porque foi uma existência feita de entrega, em que a morte não é um fato isolado, mas a culminância lógica de um processo vital coerente, inteiriço” (DE LA PEÑA, Juan Luis Ruiz. Criação, graça e salvação, pg. 82).
Portanto, podemos concluir que a música contribui para pensar a cruz como uma realidade soteriológica, porém, falta conteúdo na mesma para expressar a vida toda de Jesus como evento salvífico. A existência integral de Cristo foi soteriológica, de modo que sua vida foi marcada pela oblação, libertação, acolhida, desapego e, sobretudo, amor.

Pensamento do Dia!!!

"Quem quiser se aproximar, que se aproxime, mas não venha desrespeitar o Amor que me faz amar."
Padre Fábio de Melo

Pensamento do Dia!!!

Oh Sangue e água que jorraste do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós eu confio em vós.

Celebração da entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém!!!

Semana Santa é um tempo no qual a Igreja celebra a centralidade da fé, que teve início na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ou seja, a Paixão – subida de Jesus Cristo ao Monte Calvário, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo para a salvação de Seu povo; para resgatá-los das mãos do demônio e transferi-los para o mundo da luz, para a liberdade dos filhos de Deus.

Com o tema "Ninguém te ama como eu", a Canção Nova convida você a celebrar, de 20 a 24 de abril, o Acampamento de Semana Santa na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).


Estarão presente:

Diácono Nelsinho Corrêa
Missionário e músico da Canção Nova

Diácono Adriano Zandoná
Missionário Canção Nova

Professor Felipe Aquino
Apresentador dos programas 'Escola da Fé' e 'Trocando Ideias' da TVCN

Márcio Mendes
Missionário Canção Nova

Ricardo Sá
Missionário e músico da Canção Nova

Eugênio Jorge
Fundador da Missão Mensagem Brasil

Padres da Comunidade Canção Nova 

Músicos Canção Nova

Se você mora no Vale do Paraíba, região de São Paulo; no sul de Minas Gerais ou no sul do Estado do Rio de Janeiro (RJ), regiões próximas à sede da Canção Nova, reúna sua família, traga seus amigos e venha passar momentos de intimidade com Deus neste Território Eucarístico.  

:: Ônibus farão percurso Canção Nova - Aeroporto de Guarulhos (SP)

O encontro é gratuito e não há limite de idade para participar. Você pode se hospedar na Pousada Sérgio Abib, que conta com 264 leitos, ou no Camping Canção Nova. Para informações sobre mais locais de alojamento conheça a Hospedagem Papa Bento XVI e o Grupo de Apoio às Pousadas.

:: Conheça as regras do camping 
:: Saiba mais sobre a Pousada Sérgio Abib

POR TUAS CHAGAS ANJOS DE RESGATE

O problema do mal e do sofrimento no mundo na perspectiva da esperança cristã!!!

A expectativa escatológica e o problema do mal no mundo
Diante de tanta violência, ódio, conflitos bélicos, cataclismos, e de todo tipo de flagelo que vemos assolar a sociedade contemporânea, e ainda cito o caso específico da tragédia que envolveu a morte de doze crianças em Realengo na semana passada, ficamos assombrados e inconformados, nos questionamos sobre o mal e o sofrimento no mundo, não entendemos porque eles existem, porque tais realidades dominam o cenário da nossa história, e numa tentativa de encontrarmos um atalho para tudo isso é comum até se dizer, “(…) é o fim dos tempos”. Sim, a expressão de certa forma é feliz, pois conforme a própria teologia cristã-católica enuncia aos seus fiéis, todo quadro histórico que se desenvolve desde a gloriosa Ascenção de Jesus Cristo aos céus até o dia de hoje e, ainda, até os dias vindouros e últimos, estamos mergulhados nesta realidade final, última da história, ou ainda, em outros termos, escatológica (termo empregado para designar as realidades últimas da história da salvação, como o céu, o inferno, o purgatório, o juízo particular e o final). Daí nasce inclusive uma expressão muito utilizada pelos teólogos, tensão escatológica, que é uma imagem perfeita para este pequeno excurso que faremos sobre a realidade apocalíptica que corre a história humana proclamando o bem último, o da salvação universal que subjuga todo o mal da história, o vence, o arrasta ao fracasso em seus intentos. Por isso esse excurso se integra bem com o problema do mal e do sofrimento no mundo, sobre o qual iremos discorrer nesta postagem.
A Paixão, de Mel Gibson
Situemo-nos, pois, nesses enunciados da apocalíptica a que acima nos referimos. A palavra tensão designa a oposição de forças entre uma extremidade e outra que tende a expandir um objeto, que pode pôr fim a sua integridade, seccioná-la ou dividí-la causando um irrompimento de uma nova realidade sobre ele, uma nova configuração do objeto. Bem, essa tensão escatológica é uma realidade misteriosa da fé, que quem a possui, ainda que não seja um teólogo para compreender seus enunciados todos, mas simplesmente pelo senso da fé (senso fidei), consegue percebê-la e vivê-la de modo intenso pela realidade da esperança da salvação que tanto aspiramos, realidade própria da natureza mesma da fé. Porém essa tensão se dá sobre a história e sobre o homem, o seu princípio está no mistério de Cristo que regenera a história para nela colocar umtermo final, constituindo para o homem uma Promessa, e essa promessa dá as razões da nossa esperança, e essa esperança nos tensiona a esse termo final que se dará na salvação pessoal (juízo particular), já dada a todo homem que confessa e vive a fé em Cristo Jesus, e universal, quando haverá o juízo final que porá fim a história, subsistindo somente as realidades últimas e eternas.
Mas o que tensiona a história e o homem a essa dimensão escatológica? A história converge a um fim, este fim é o seu próprio princípio, é Deus a sua origem e será n’Ele também que ela se desnudará e se encerrará. Para tanto, essa convergência da história a Deus se dá pela ação de sua providência, de tal modo que, fazendo jus a este viés teológico, afirma São Paulo aos Romanos em relação aos sofrimentos vividos no tempo presente: “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28). Na verdade, a teologia judaica e cristã primitiva, bem como suas tradições e os numerosos textos das Sagradas Escrituras estavam embebidos dessa mentalidade de que Deus é aquele que, sendo a origem de tudo, governa tudo, plenifica e põe termo a tudo. O termo designado a estes princípios teológicos, chamamos de universalismo, oriundo de uma concepção propriamente monoteísta (Deus é o Único, não outro além d’Ele, ele é o Poderoso, o Forte, o Santo, tudo fez, criou e governa com sua mão). O cristianismo assume bem todos esses princípios teológicos e entende-os por Jesus Cristo e seu Mistério de um modo Trinitário.
E agora, tendo em vista tudo isso, procuremos agora responder ao problema suscitado sobre esse tensionamento escatológico que recai sobre o homem e a história. Podemos notar que a tensão escatológica que se dá sobre a história está na própria execução dos desígnios de salvação de Deus, no que Deusprovê na história para a salvação universal. Nesse sentido, Deus mesmo tensiona a história, a move em favor da salvação universal. Essa tensão sobre a história, que se inaugura pela história da Revelação Divina que tem como cerne o Mistério de Jesus Cristo, alcança o homem pela fé, que o faz viver um maravilhamento dos desígnios de Deus e tender (não como compreendemos vulgarmente no modo usual como uma simples inclinação, ou comoção, mas no sentido mesmo de tensionar, de ser, pela experiência da fé, transportado subitamente, arrastado) ao Seu Mistério. Entenda que essa tensão, que alcança o homem e a história, não emerge da história pela história, da história em si mesma, mas da história compreendida pela Divina Revelação no Mistério de Jesus Cristo.
E o que tem o problema do mal e do sofrimento no mundo com esse tema da apocalíptica e com a matéria escatológica? Ora, tem tudo haver. Note bem. Se a escatologia diz respeito àquelas realidades últimas que inserem a existência humana na dinâmica da salvação, da redenção, da libertação do pecado e de todas às suas consequências para o homem e para a história, donde gloriosamente se firma a vitória triunfal do bem sobre o mal, a visão escatológica da história humana, que coube a Divina Providência alinhar a história da Divina Revelação como o suplemento da esperança cristã, é a resposta ao drama da existência humana que padece do mal que o faz sofrer .
O problema do mal no mundo
Mães de Realengo
Tudo bem. Esclarecido esse ponto, nos interrogamos ainda: Mas o que é o mal? Quem o produziu, o criou, e o introduziu na história? Por que do sofrimento e da dor? São questões que para nós hoje não são difíceis de responder no campo teórico, pois outros pensadores trabalharam sobre esses aspectos deixando-nos uma síntese peculiar e de relevante importância, como foi o caso de Santo Agostinho que dedicou boa parte de suas obras para esclarecer o problema do mal, principalmente quando sentiu a necessidade de responder com precisa argumentação a postura maniquéia (seita herética da qual Agostinho tomou parte durante um período da sua vida antes de se converter ao cristianismo), que entendia o mal numa perspectiva dualista, na qual o mal é uma realidade existente em oposição radical ao bem. Agostinho consegue vencer por profundas demonstrações que os maniqueus estão equivocados deixando para nós uma reflexão filosófica significativa para as futuras gerações de pensadores.
Ora, se se afirma que o mal é uma existência real, daí nasce um problema, pois se o mal é uma realidade existente, assim como o bem, a verdade, a bondade, que se perguntarmos a qualquer homem fiel quem os criou, com certeza, dirão que foi o próprio Deus, então, quem produziu o mal? Deus? Bem, só Deus tem o poder de dar o ser a qualquer realidade do cósmo, só pode ter sido Ele mesmo quem o produziu, se é que o mal é realmente uma existência em si. Mas não, Deus não o criou. A resposta ao problema depende da desconstrução do seu princípio. O mal não é umaexistência real, mas relativa. E o que vem significar isso? A existência relativa é um modo de falar da não-existência ou da privação de uma existência real e concreta. Não entendeu? Tente entender pelo seguinte exemplo: O nada existe? Não, o nada não existe realmente e nunca existiu, uma vez que Deus é eternamente existente, que quer dizer que mesmo que não existisse o mundo, o homem, a história, e toda realidade cósmica, o nada nunca existiria, pois Deus ainda sim seria o Ser e o Existente por excelência, sendo o suficiente para que o nada jamais viesse existir realmente. Mas, então, por que usamos o termo “nada”? Falamos do “nada” de modo relativo, pois já que ele não existe, o afirmamos com relação a alguma coisa que é, que existe. Por exemplo, alguém lhe pergunta: “Que você tem fulano?” E você responde: “Nada”! Você sabe que a pessoa está querendo lhe perguntar se você está padecendo de algum mal, mas para negar e afirmar o contrário você afirma com objetiva resposta o termo “nada”. Nesse sentido, você está usando o termo de modo relativo, pois você o está relacionando a sua real condição de maneira oposta a afirmação do outro que lhe está interpelando. Se diz relativo porque está em relação a alguma coisa. Insisto. Nesse caso específico que estamos citando, quando você responde “nada”, você está significando nada a um bem atual em oposição relativa àquilo que outro está pensando e concluindo, que você não está bem, está com algum problema, padece de algum sofrimento. E ao usar o termo você não só nega o pensamento do outro, como também afirma que está bem e não padece de nenhum mal.
Perceba que o termo “nada” dentro de um contexto pode significar alguma coisa, ganha sentido, definição, porém agora se eu lhe perguntar, o que é o nada? Simplesmente você não terá realmente nada para me responder, a não ser que responda que o nada trata-se de absolutamente nada, uma não-existência a qual não se é possível definir. O nada não existe, e o que não existe não se é possível definir, descrever, enunciar, mas se pode ilustrar por uma via negativa, como quando fazemos ao empregar a expressão não-existência para a significação do conceito de nada.
E agora se eu te perguntar, o que é o bem? Você poderia me responder que é uma realidade que nos orienta a felicidade e que nos agrada, embora o que nos agrada nem sempre produza a felicidade, suscitando apenas uma alegria fugaz e passageira; mas tratando-se de um bem, certamente, nos orientará a felicidade ainda que seja custoso e árduo realizá-lo. Respondida a questão, ainda perguntaria, e o mal, que ele é? Talvez, obteria de você a resposta de que o mal é o contrário do bem, sendo ele algo que nos orienta a infelicidade (a não-felicidade bem entendida apenas como contrário relativo, e não como existente, pois, na verdade, se carece da felicidade), e que não nos agrada, e que às vezes, pode até disfarçar-se e parecer ser um bem, pois não é raro que muitos males nos agradem os sentidos, como, por exemplo, a vingança, que nasce de um sentimento declarado em nome da justiça e que pode levar o sujeito a pensar que realizando o ato de vingar uma injustiça cometida estará produzindo um bem por sublimar o sentimento que parece ser um verdadeiro senso de justiça, mas que na verdade é falso e está mal formulado na consciência do indivíduo.
Tentemos sintetizar as informações. O mal não pode ser definido senão em relação ao bem, num sentido de oposição, uma vez que o mal tem existência relativa, e o bem, existência real. Mas, voltemos a interrogar, o que é existência relativa? A existência relativa não é uma realidade, é um modo de expressar a privação de uma realidade, é apenas um modo de falar de algo que carece de uma realidade numa outra realidade. Por exemplo, quando afirmamos a seguinte frase, “Lucas é um sujeito mal”. Isso é o mesmo que dizermos: “Lucas não produz nenhum bem, pois ele carece de boas obras no seu proceder, ele age em contradição ao bem”. Perceba a palavra “carecer”, ela designa a uma privação, alguém está privado de um bem. Outro exemplo, alguém diz: “meu copo está vazio, não tem mais nada”; a afirmação “o copo está vazio” significa que não tem mais nenhum conteúdo aproveitável nele, seja para alimentação seja para qualquer outra coisa. Logo, ele carece, está privado de um conteúdo que se possa aproveitar, porém você está falando de modo relativo de vazio e de nada, pois não existe realmente vazio e nada naquele copo, pois nele continuará tendo algum tipo de conteúdo e substância, ar ou gases ou qualquer outra substância, ainda que seja representada atomicamente, mesmo que por uma quantidade mínima e insignificante de átomos, mas nunca estará realmente vazio, nem terá nada de forma real, uma vez que o nada não existe.
Queremos com tudo isso dizer enfaticamente que o mal não existe como realidade criada, não existe de modo fatídico. O mal é a privação, a ausência, a carência do bem numa realidade. Por isso, quando se afirma que alguém é mal, ou que algo é mal, queremos na realidade dizer que esse algo ou alguém carecem de bondade, estão privados do bem, porém não que o mal exista realmente neles. Desta forma, se o mal não existe como uma realidade concreta, Deus não pode tê-lo criado, mas Ele, sendo o Sumo Bem, e não podendo criar o mal, uma vez que Ele só dá o ser às coisas criadas em correspondência ao seu próprio Ser, só deu de si somente o bem, bem como a verdade, a felicidade, a justiça, entre outros. Entenda que Deus, que nunca muda, e é Eterno, Estável, Permanente, Absoluto, não pode criar nada do que esteja fora de Si Mesmo, e a sua Onipotência deve ser considerada em relação a sua própria essência.
Portanto, praticar o mal é uma retroação no voltar-se para Deus, que é o bem por excelência, é fazer o caminho inverso do Caminho que leva a Ele, é negá-lo, é privar-se d’Ele. Logo o mal é a carência todo ou parcial do bem, da mesma forma que a mentira é a carência da verdade, a infelicidade da felicidade, a injustiça da justiça, o ódio do amor, entre outros. É com esses princípios que Agostinho combate e vence o maniqueísmo.
Porém, você poderia ainda me perguntar: mas Deus não é Onipotente, não pode tudo? Eu responderia, não! Deus não pode não amar, não fazer o bem, não fazer a justiça, não ser eterno, Deus só pode ser o que corresponde a sua essência mesma. Deus é Onipotente ou não? Sim, Ele é, mas, insisto, a Sua Onipotência corresponde a sua própria essência, pois Deus não pode se contradizer, produzir o bem e produzir igualmente o mal, a verdade e a mentira, a justiça e a injustiça. Deus pode criar outro deus? Não, porque senão o que ele criar não será deus, já que deus é um ser eterno, que não tem princípio nem fim, tendo seu princípio em si mesmo, não em outro, e se Deus criasse um deus, esse teria princípio n’Ele, logo esse ser criado não poderia ser deus. Deus pode aniquilar (ação de transformar algo existente em nada) o universo? Não! Ora, todo homem fiel crê que Deus é o Ser que dá o ser às suas criaturas. Então, se Ele é o Ser, não pode fazer algo que seja diferente de si mesmo, como nesse caso, o não-ser através da aniquilação. Nesse mesmo sentido, Deus não pode ter criado o mal, pois a sua essência corresponde somente ao bem.
O problema do pecado original, e a recorrência do mal e do sofrimento no mundo
Todo mal e sofrimento recorrente na existência humana é relativo à carência que o homem tem do bem, e de Deus, o Sumo Bem. Porém o mal e o sofrimento às vezes aparecem de modo involuntário em nossa vida, sem que o procuremos. Como explicar isso? Desde que o homem pecou em Adão, o mundo e o homem, feridos pelo pecado original, tornaram-se carentes do bem, que os punha em comunhão íntima com Deus. Esta comunhão é restituída em Cristo. Porém, mesmo que o pecado original tenha sido assumido e purificado pelo Sacrifício de Cristo, permaneceu no homem uma inclinação à prática do mal. Deve-se saber que com o pecado original entrou no mundo toda sorte de mal e sofrimento que atormentam a vida humana estabelecendo um drama para sua existência. Pelo Sacrifício de Cristo, pelo sofrimento do justo, do inocente, todo sofrimento e vitimação pelo mal ganham um novo sentido, o da santificação de si e o do oferecimento pessoal da dor e do padecimento de todo mal em favor da salvação universal, oferecimento que dever ser feito unido àquele sumamente perfeito, o de Cristo. Portanto, desde que Cristo entrou na história, padeceu dos sofrimentos humanos, da injustiça e do mal, tudo isso ganha significado n’Ele e somente por Ele se pode esclarecer toda essa realidade do sofrimento humano de modo perfeito.
O mal no mundo como sinal Escatológico da libertação definitiva
Juízo Final, Michelangelo
A recorrência do mal na história sinaliza para a necessidade iminente da libertação definitiva do homem. Quando o homem se vê de frente ao problema do mal no mundo sente-se a iminência do fim, daí torno a citar aquela expressão comumente usada nessas ocasiões que o homem se vê diante da absurdidade do mal, “é o fim dos tempos”. A privação do bem ou o mal recorrente ao homem e ao mundo pela força da história e das consequências das decisões do próprio homem reafirma no homem de fé a esperança da libertação, da salvação universal que porá termo a tudo. Mas porque isso se dá? Porque parecendo que o mal está prestes a triunfar sobre a história, e o homem fiel sabendo que somente o bem haverá de triunfar e pôr termo a tudo pela Realeza Triunfal de seu Deus, se lança no paradigma escatológico, como num refúgio seguro, para tentar esclarecer o aparente triunfo iminente do mal na história. A referida expressão é felicíssima nesse sentido, e é uma confissão basilar da esperança escatológica e da vitória triunfal do bem, confissão muito própria ao senso da fé.
Em suma, a esperança cristã responde perfeitamente ao problema do mal no mundo e o sofrimento recorrente, dando um sentido escatológico de libertação inserindo o homem no Mistério de Cristo, ele que, numa antevisão da nossa condição final, Ressuscita nos libertando da morte e do aparente triunfo do mal sobre a história.
Grato a todos os leitores. Deus abençoe.
Antonio Augusto da Silva Bezerra

Papa Bento XVI faz paralelo entre a morte Jesus e a de Sócrates!!!

Roma, 20 de abril de 2011 – Na audiência geral desta quarta-feira santa, o Papa aludiu a radical diferença entre a morte de Jesus e a de Sócrates, filósofo que foi sentenciado a morte por envenenamento. O sentenciamento do filósofo à morte se deu devido a insistente propagação de sua filosofia e doutrina que contrariavam a cultura e a sociedade de seu tempo através de conceitos claros de justiça, bem e verdade. O comportamento do filósofo despertou inveja e muita animosidade entre alguns do povo que resolveram levá-lo ao tribunal. Sócrates preferiu tomar a sicuta (veneno mortal) a negar a sua filosofia. A história de Sócrates inspirou uma obra muito conhecida de Platão, seu fiel discípulo, intitulada como, “O Julgamento de Sócrates”.
O Papa afirmou que, mesmo havendo algumas semelhanças históricas, “a morte de Jesus tem uma diferença essencial da de Sócrates”. Qual é essa diferença, segundo o Papa?  Sócrates, mesmo tendo sido sentenciado a morte, aceita tudo impertubavelmente, permanece em paz diante das falsas acusações e insultos, mas os motivos para essa paz de espírito da parte de Sócrates é de um puro desejo de ataraxia (termo fiosófico que designa a um estado de ânimo em que a pessoa permanece impassível, impertubável, em paz diante de todo sofrimento e todo drama da existência, como, por exemplo, a morte). Essa ataraxia emergia do desejo único da felicidade pela paz de espírito através do simples indiferentismo ao mal e ao sofrimento próprios do condicionemento histórico do homem. Enquanto o motivo que movia Jesus Cristo a aceitação de toda humilhação, insultos e sofrimentos impostos sobre Ele até o padecimento da morte, sem sequer reclamar ou murmurar, era o desígnio salvífico de Deus para os homens que se realizara no seu próprio Sacrifício Santo onde ele assumiu todo nosso sofrimento, enfermidade e dor, o pecado dos homens e a condição última do drama da existência humana, a morte.
Sócrates aceitou a morte de modo impertubável pelo puro conceito de virtude grega, em busca de sua própria paz pela ataraxia, assim pretendo alcançar felicidade. Enquanto Cristo sofreu desde a agonia no Getsêmani até o Calvário pela nossa paz, para que encontrássemos n’Ele a felicidade, a salvação e a virtude. Cristo não se entrega à morte por uma simples doutrina filosófica ou por qualquer ciência humana, mas o fez em vista da instauração definitiva do seu Reino Salvífico. Outra diferença está no fato de que a morte de Cristo não é apenas um sentenciamento, é uma entrega, pois Ele mesmo diz: “O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo. Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10, 17-18).
 ”Podemos admirar Sócrates, mas a missão de Jesus Cristo por sua Paixão foi diferente: a aceitação de sofrimento que lhe fora imposto não era a paciência emsimesmada, mas tratava-se de carregar por ele todo  o sofrimento da humanidade e abrir as portas do céu, que até então estavam fechada para o homem”, afirmou Bento XVI. O Pontífice deixou claro que é justo admirar Sócrates, que morreu com “tranquilidade”,  porém os cristãos devem procurar  entender o verdadeiro sentido do sofrimento em Cristo Jesus, que sofreu ”profunda angústia e dor” até a hora de sua morte, dando a todo sofrimento um sentido redentor e salvífico.
Antonio Augusto da Silva Bezerra

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Brasília 51 ANOS!!! PARÁBENS A NOSSA CIDADE!!!



Brasília 51 ANOS!!! PARÁBENS A NOSSA CIDADE!!!

Fala galera...

A nossa homenagem a Brasília, nossa terra, vai através de um mostruário com belíssimas fotos de nossa capital expostas pelo site do Correio Braziliense!!!

Confiram!!!

Pensamento do Dia!!!

Se não comerdes a carne do Filho do Homem, não tereis a vida eterna. 
Jo. 6,54

O Homem do Sudário!!!

Desde 2006, o Centro Notre Dame, em Jerusalém, tem apresentado aos peregrinos uma exposição permanente do Santo Sudário a fim de ajudá-los a compreender os sofrimentos de Cristo e Sua Ressurreição.
O diretor do local, padre Juan Solana, reforça que o Santo Sudário não é um dogma de fé, ou seja, que a Igreja não obriga os cristãos a acreditarem que a peça foi utilzada por Jesus; mas, ele ressalta, porém, que não há dúvidas desse fato.
“O Santo Sudário não é uma realidade de fé como os sacramentos, as Sagradas Escrituras ou os dogmas. Mas ele tem sido durante toda a tradição da Igreja um objeto de veneração, as pessoas acreditaram na imagem e transmitiram de geração para geração. Nos últimos 100 anos, entretanto, surgiram pesquisas e a ciência vem confirmando que os dados da peça coincidem com os dados do Evangelho. Eu não tenho dúvidas de que o Santo Sudário é verdadeiro, tanto pela história como pela ciência”, explicou o sacerdote.
O museu, que é o primeiro do gênero, reúne 22 painéis que disponibilizam informações sobre a história do Sudário de Turim em seus 2000 mil anos de rota. Além disso, há pesquisas científicas e a reconstrução de alguns objetos utilizados por Cristo na época, como a coroa de espinhos, os pregos da crucifixão e os chicotes romanos.
Dos mais extraordinários elementos da exposição, destacam-se a imagem digitalizada, em tamanho real, do lençol que recobriu o Corpo de Cristo, dois hologramas em 3D do Homem do Sudário e uma imagem de bronze, também em tamanho real.
Assista à uma reportagem especial, produzida pela equipe da Canção Nova na Terra Santa sobre o Santo Sudário:

Deixe-se amar!!!

Amor de Deus: certeza que não pode falhar, segundo Pe. Cantalamessa!!!

“Fé cristã nos assegura isso: Deus existe e é amor!”, disse em sua meditação à Cúria
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 1º de abril de 2011 (ZENIT.org) – “O primeiro e fundamental anúncio que a Igreja tem a missão de levar ao mundo, e que o mundo espera da Igreja, é o amor de Deus”, disse hoje o Pe. Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, diante de Bento XVI e da Cúria Romana.
O pregador do Papa dedicou sua segunda meditação quaresmal a falar do Deus-amor na criação, na Escritura, na encarnação de Cristo e em sua morte e ressurreição.
“Os homens precisam saber que Deus os ama e ninguém melhor que os discípulos de Cristo para lhes dar essa boa notícia.”
“Outros, no mundo, compartilham com os cristãos o temor de Deus, a preocupação com a justiça social e o respeito do homem, com a paz e a tolerância; mas ninguém – ninguém! – entre os filósofos, nem entre as religiões, diz ao homem que Deus o ama, o ama primeiro, e o ama com amor de misericórdia e de desejo: com eros e com ágape”, acrescentou.
A tarefa do homem, em resposta a esse amor, não é tanto amar a Deus, mas, antes e primeiramente, acreditar no amor de Deus.
“Pareceria uma fé fácil e agradável; mas é, talvez, a coisa mais difícil que exista, até para nós, criaturas humanas”, sublinhou o Pe. Cantalamessa. “Se acreditássemos, a vida, nós mesmos, as coisas, os fatos, a própria dor, tudo se transfiguraria rapidamente diante dos nossos olhos!”
O mundo, afirmou, “sempre foi dificultando mais acreditar no amor. Quem foi traído ou ferido uma vez, tem medo de amar e ser amado, porque sabe o quanto dói ver-se enganado. Por isso vai sempre crescendo a fila dos que não conseguem acreditar no amor de Deus; ou pior: em amor nenhum”.
“O desencanto e o cinismo são a moldura da nossa cultura secularizada. No pessoal, temos ainda a experiência da nossa pobreza e miséria, que nos faz dizer: ‘Sim, o amor de Deus é bonito, mas não é pra mim! Eu não sou digno…’.”
O sacerdote convidou os presentes a olhar para a própria vida, “a trazer à tona os medos que se aninham nela, as tristezas, ameaças, complexos, aquele defeito físico ou moral, aquela lembrança doída que nos humilha, e escancarar tudo à luz do pensamento de que Deus me ama”.
“Tudo pode ser questionado, todas as certezas podem nos faltar, mas nunca esta: Deus nos ama e é mais forte do que tudo”, acrescentou.

As características do Deus-amor

O Pe. Cantalamessa sublinhou os traços do amor divino contidos na revelação cristã, e que a distinguem absolutamente das demais religiões e filosofias existentes.

O primeiro é a singularidade do fato de que Deus é quem ama primeiro o homem, e não o contrário: o amor de Deus é o amor de Deus pelo homem, muito mais que o dever do homem de amar a Deus.
“O mais importante não é saber se Deus existe, mas se Ele é amor. Se, por hipótese, Ele existisse, mas não fosse amor, teríamos mais a temer do que a nos alegrar com a sua existência, como ocorria nos primeiros povos e civilizações. A fé cristã nos assegura justamente isso: Deus existe e é amor!”
O segundo traço é que Deus criou o homem por amor. “Como é distante – afirmou o Pe. Cantalamessa – a visão cristã da origem do universo da visão do cientificismo ateu recordado no Advento! Um dos sofrimentos mais profundos para um jovem é descobrir, um dia, que ele está no mundo por acaso, não querido, não esperado, talvez por uma falha dos pais. Certo cientificismo ateu parece empenhado em infligir esse tipo de sofrimento à humanidade inteira.”
O terceiro é que Deus ama como pai e como mãe, ao contrário da concepção pagã de Deus, que refletia um “amor sem fraqueza”, viril, enquanto a Bíblia mostra o amor maternal de Deus, “feito de acolhimento e ternura”.
O quarto traço é que o amor divino é também esponsal, “amor de desejo e de escolha. Se é verdade, então, que o homem deseja Deus, é verdade, misteriosamente, também o contrário: que Deus deseja o homem, quer e aprecia o seu amor”.