Do Jornal da Band
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A diversidade cultural é a cara de um Brasil de culturas. O profano e o religiosa caminham juntos, sempre ligados pela música. E através dessa música, achamos vários caminhos para manifestar a fé.
A religiosidade está presente em cada esquina. A forte influência católica em cidades como Mariana transformaram o interior mineiro num dos principais centros religiosos do país.
Igreja lotada, fiéis atentos às palavras do arcebispo de Mariana. A devoção e os ritos litúrgicos são acompanhados por instrumentos e canções durante a celebração da missa, na Catedral Basílica da Sé.
Na igreja, as melodias estão presentes desde a primeira missa celebrada quase 13 anos atrás. Quase tão antigo quanto a catedral é o órgão do século 18. O imponente instrumento, construído na Alemanha, foi um presente da coroa portuguesa ao primeiro bispo de Mariana.
Teclado, bateria, baixo, guitarra. Vinte anos atrás, um grupo de jovens evangélicos reuniu todos os instrumentos e ajudou a lapidar, a dar uma "cara", a um estilo musical que chegava ao Brasil e que sofria muito preconceito no meio religioso.
As inspirações nascem do cotidiano, dos pensamentos e conflitos dos próprios integrantes. A banda Oficina G3 quer isso: falar de das coisas de Deus para quem quiser ouvir, não importa o credo. Essa devoção é uma característica que une todas as religiões através da música.
A fé está nos templos, nas igrejas e nos cantos mais escondidos do Brasil. Numa tribo indígena, a música de devoção também tem importância fundamental. Os índios saterê-mawé, que moram às margens de um dos afluentes do Rio Negro, no Amazonas, cantam e dançam aos deuses. Eles pedem proteção e fortuna para a aldeia.
A mistura de ritmos e crenças é outro traço importante da nossa cultura religiosa. Nem sempre é fácil na Bahia enxergar os limites entre os rituais africanos do candomblé e a fé cristã. É o chamado sincretismo religioso que também tem versões musicais.
O grupo gege nagô, composto por nove músicos, tocam e cantam para os orixás e costumam ensaiar na sede da Irmandade Católica da Boa Morte, uma das mais tradicionais e antigas do país.
A confraria, formada apenas por mulheres descendentes de escravos, é retrato de uma época em que os negros, influenciados pelas crenças dos senhores de engenho, buscavam uma identidade própria, brasileira, sem esquecer das origens africanas.
O coral gege negô utiliza elementos da música sacra católica em cantigas africanas, que celebram a cultura negra, lembram das dificuldades de quem abandonou a terra natal e deixam claras as marcas
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