Páginas

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Projeto faz vítima de estupro que aborta ter pena maior que o estuprador

O projeto de lei proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), integrante da bancada evangélica, visa equiparar o aborto realizado após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. A medida provocou debates intensos e preocupações sobre suas possíveis consequências legais e sociais.

Atualmente, o aborto é protegido por lei em certos casos, mas o novo projeto propõe penas mais severas. Se aprovado, o aborto após a 22ª semana seria tratado como homicídio simples, de acordo com o artigo 121 do Código Penal, com penas variando de 6 a 20 anos de prisão.

A legislação atual sobre estupro, presente no artigo 213 do Código Penal, prevê penas mínimas de 6 anos para vítimas adultas, podendo chegar a 10 anos. Para menores de idade, a pena mínima sobe para 8 anos e a máxima para 12 anos. Em casos de estupro de vulnerável, onde a vítima tem menos de 14 anos ou é incapaz de oferecer resistência, a pena mínima é de 8 anos, podendo chegar a 15 anos.

Se resultar em lesão corporal grave, a pena pode alcançar 20 anos. Num cenário hipotético montado pelo g1, onde uma mulher adulta vítima de estupro interrompa a gravidez após a 22ª semana, ela poderia ser condenada a até 20 anos de prisão, enquanto seu agressor receberia uma pena de 6 a 10 anos.

Especialistas em direitos humanos e advogadas feministas criticam duramente o projeto. Maíra Recchia, advogada especializada em gênero, classifica o projeto como absurdo e incompatível com a legislação atual que não pune o aborto em caso de estupro.

Gabriela Sousa, advogada feminista e sócia da Escola Brasileira de Direito da Mulher (EBDM), considera a proposta uma violação dos direitos humanos e inconstitucional, por violar tratados internacionais assinados pelo Brasil.

O ministro Silvio Almeida chamou a medida de “imoralidade e inversão dos valores civilizatórios mais básicos”, destacando a discrepância entre a punição de mulheres estupradas e seus agressores. Ele enfatizou que a proposta é inconstitucional, ferindo o princípio da dignidade humana e submetendo mulheres violentadas a um tratamento discriminatório.

O projeto altera o Código Penal para estabelecer penas de 6 a 20 anos de prisão para mulheres que realizem aborto após a 22ª semana, e penas equivalentes para terceiros que realizem o procedimento, com ou sem consentimento. A proposta também restringe o aborto em casos de estupro, permitindo o procedimento apenas até a 22ª semana de gestação.

A proposta é assinada por 32 deputados, incluindo Sóstenes Cavalcante e Eli Borges (PL-TO), presidente da bancada evangélica. O parlamentar espera que o projeto receba mais de 300 votos na Câmara dos Deputados e vê a aprovação como um teste para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se declarou contra o aborto durante a campanha eleitoral.

 

Fonte: Diádio do Centro do Mundo

 

sábado, 8 de junho de 2024

E se Jesus voltasse hoje?

A possibilidade do retorno de Jesus Cristo é um tema central no cristianismo, especialmente em correntes evangélicas e pentecostais. Segundo a doutrina cristã, o retorno de Jesus, conhecido como a "Segunda Vinda" ou "Parúsia", terá profundas implicações espirituais, sociais e globais. Aqui estão algumas das crenças e expectativas associadas a essa ideia:

1. Crenças Teológicas

  • Julgmento Final: Muitos cristãos acreditam que Jesus voltará para julgar os vivos e os mortos. Haverá um julgamento final onde cada pessoa será avaliada por suas ações e fé.
  • Estabelecimento do Reino de Deus: Jesus estabelecerá um reino eterno de paz, justiça e amor.
  • Ressurreição dos Mortos: Acredita-se que os mortos ressuscitarão, recebendo corpos glorificados para viver eternamente com Deus.
  • Arrebatamento: Algumas correntes, especialmente dentro do evangelicalismo, acreditam que os fiéis serão arrebatados para encontrar Jesus nos céus.

2. Implicações Espirituais

  • Transformação Moral: A expectativa da volta de Jesus frequentemente motiva os crentes a viverem vidas moralmente puras e dedicadas à fé.
  • Esperança e Consolação: Para muitos, a promessa do retorno de Jesus traz esperança e conforto, especialmente em tempos de sofrimento ou perseguição.

3. Impacto Social e Global

  • Movimentos Religiosos: A crença na segunda vinda pode influenciar movimentos religiosos, missões e evangelismo, incentivando os cristãos a espalharem sua fé.
  • Mudanças Políticas: Em alguns contextos, a expectativa do retorno de Jesus pode influenciar decisões políticas e sociais, baseadas na interpretação das profecias bíblicas.
  • Diálogo Interreligioso: A volta de Jesus é um ponto de convergência e divergência entre diferentes religiões. Por exemplo, no Islã, Jesus (Isa) também é esperado para retornar, embora com um papel diferente do que no cristianismo.

4. Sinais e Profecias

  • Sinais dos Tempos: Muitas tradições cristãs ensinam que haverá sinais específicos precedendo a volta de Jesus, como catástrofes naturais, guerras, aumento da imoralidade e o surgimento de falsos profetas.
  • Interpretação das Escrituras: A interpretação das profecias bíblicas, especialmente no Apocalipse, no livro de Daniel e em outros textos proféticos, é uma área de estudo e debate entre teólogos.

5. Reações da Sociedade

  • Expectativa: A notícia do retorno de Jesus provocaria diversas reações, desde alegria e celebração entre os crentes até ceticismo e descrença entre os não-crentes.
  • Mudanças na Dinâmica Global: Poderiam ocorrer mudanças significativas na política global, economia e relações internacionais, dependendo de como diferentes culturas e nações interpretassem e reagissem ao evento.

Em resumo, se Jesus voltasse, teria um impacto profundo e multifacetado no mundo, afetando crenças individuais, práticas sociais e dinâmicas globais. A ideia da volta de Jesus continua a ser uma fonte de inspiração, esperança e debate entre milhões de pessoas ao redor do mundo.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Nos dias de hoje a humanidade anda muito acelerada

É verdade que a sensação de aceleração da vida moderna é algo cada vez mais comum. Diversos fatores contribuem para essa percepção:

Avanços tecnológicos: A constante inovação em áreas como comunicação, transporte e informação intensifica o ritmo de vida. A enxurrada de notícias, notificações e mensagens exige atenção constante, gerando a sensação de urgência e sobrecarga.

Cultura da produtividade: A valorização exacerbada da produtividade e do sucesso individual pressiona as pessoas a se dedicarem cada vez mais ao trabalho e às atividades consideradas "úteis". Isso pode levar ao estresse, à exaustão e à dificuldade de aproveitar momentos de lazer e descanso.

Globalização: A interconexão global intensifica a competitividade e a cobrança por resultados rápidos, intensificando a sensação de pressa e urgência.

Mudanças sociais: Transformações como a emancipação feminina e o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho exigem um reequilíbrio entre as diferentes áreas da vida, gerando novas demandas e desafios.

Busca por significado: Em uma sociedade em constante mudança, muitas pessoas buscam encontrar significado e realização em suas vidas, o que pode levar à busca por múltiplas atividades e experiências, intensificando o ritmo de vida.

Embora a aceleração da vida moderna traga benefícios como acesso à informação e oportunidades, é importante estar atento aos seus impactos negativos. É fundamental buscar um equilíbrio entre as diferentes áreas da vida, priorizar atividades que tragam significado e realização, e cultivar hábitos que promovam o bem-estar físico e mental.

Algumas dicas para lidar com a aceleração da vida moderna:

  • Defina prioridades: Determine quais são as áreas da sua vida que realmente importam para você e foque nelas. Diga não a atividades que não contribuem para seus objetivos ou que te causam estresse.
  • Estabeleça limites: Defina horários para trabalhar, estudar e se dedicar às atividades de lazer. Evite levar trabalho para casa ou checar e-mails e mensagens fora do horário de trabalho.
  • Pratique atividades relaxantes: Reserve tempo para atividades que te tragam paz e bem-estar, como meditação, yoga, leitura ou contato com a natureza.
  • Cuide da sua saúde física: Alimente-se de forma saudável, pratique exercícios físicos regularmente e durma pelo menos 7 horas por noite.
  • Cultive relacionamentos: Passe tempo com familiares e amigos, converse com pessoas que te apoiam e te fazem sentir bem.
  • Busque ajuda profissional: Se você está se sentindo sobrecarregado ou estressado, procure um psicólogo ou outro profissional de saúde mental para obter ajuda.

Lembre-se: você não precisa acompanhar o ritmo frenético da vida moderna. É importante encontrar o seu próprio ritmo e viver de acordo com seus valores e prioridades.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

"Israel é um estado terrorista", diz Samuel Braun, após o avanço do holocausto do povo palestino

Professor defende que o sionismo seja tipificado como movimento de ódio, para que suas práticas sejam cessadas

Por Samuel Braun, em seu X Que horror! Israel obrigou os civis palestinos a fugirem para tendas ao redor de uma instalação da ONU em Rafah. E hoje bombardeou as tendas!

Idosos, mulheres e crianças QUEIMANDO sob o o ataque aéreo sionista.

A ONU já mandou parar. O Tribunal de Haia já mandou parar. A União Européia e 80% dos países do mundo já clamaram para que a Israel pare. Israel réu por genocídio e seus líderes sob pedido de prisão internacional.

O que falta?

Por que os defensores desse horror desumano ainda estão livres entre nós, disseminando ódio, racismo e júbilo com as intermináveis mortes horrendas?

Assassinos movidos por ideologia repugnante, mimetizadores do nazismo, promotores de mais um Estado supremacista racial sádico e brutalmente destrutivo contra uma etnia perseguida. Quanto mais se isolam, mais se sentem superiores, escolhidos, justificando sua barbárie na conquista de terra alheia como espaço vital.

Chega! Basta! Israel se comporta como o mais cruel terrorismo, e seus apologistas se tornam cada dia mais radicais, hipocritas e agressivos. É preciso que esse movimento de ódio seja tipificado e suas práticas cessadas. 


Fonte: Brasil 247

 

sexta-feira, 24 de maio de 2024

É tempo de cuidar do RS

Desde o dia 27 de abril, fortes chuvas vêm atingindo o Rio Grande do Sul, deixando um rastro de destruição, mortes e milhões de desabrigados pelas enchentes que atingiram 447 municípios.

Diante dessa calamidade, o povo brasileiro tem demonstrado um impressionante espírito solidário. De norte a sul do país, indivíduos e organizações têm oferecido ajuda e apoio às vítimas das enchentes.

O Brasil sensibilizado compreendeu que “É Tempo de Cuidar do RS”. Em primeiro lugar de seu povo, para, na sequência, contribuir na reconstrução de suas vidas, moradias e do próprio Estado.

Neste sentido, a CNBB lança a campanha “É Tempo de Cuidar do RS”. É tempo de sermos irmãos e de nos colocar juntos em oração, a partir da informação correta e da solidariedade.

A partir do mote “Nossa oração e nossa doação geram Esperança”, a campanha vai promover iniciativas de oração, estímulo à caridade aos irmãos e irmãs atingidos pela força das chuvas.  

Este hot site será uma ferramenta de integração e divulgação da campanha na crença de que agindo juntos possamos gerar Esperança para quem, neste momento, encontra-se marcado pela dor e desalento.

“Manifesto minha solidariedade em favor de todos que estão sofrendo esta catástrofe.
Estou próximo a vocês e rezo por vocês”. Papa Francisco


Fonte: CNBB

Escolas cívico-militares e os ideais do neofascismo brasileiro

 "Semelhança entre o projeto de Tarcísio e a juventude hitlerista chama a atenção", escreve Ricardo Nêggo Tom 

Ao assistir às cenas nas quais a Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob o comando do Governador Tarcísio de Freitas, espanca estudantes e professores que foram à ALESP protestar contra o projeto que visa a criação de escolas cívico-militares em São Paulo, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi a semelhança entre o projeto de Tarcísio e a juventude hitlerista, uma das etapas do projeto de poder nazista que treinava crianças e adolescentes alemães, entre 6 e 18 anos de idade, para os seus interesses político, sociais e culturais. A pretexto de atender às necessidades de melhoria na qualidade do ensino em escolas localizadas nas regiões mais vulneráveis do Estado, o bolsonarismo perfumado de Freitas começa a pavimentar o caminho para a tentativa de ampliação desse modelo de “educação” por todo o país. Algo que já havia sido refutado pelo Governo Lula, ao descontinuar o Pecim criado por Jair Bolsonaro, que visava dividir a gestão do modelo educacional entre os ministérios da educação e da defesa.

Ignorando o fato de que vulnerabilidade educacional se resolve com políticas sociais e não com políticas militares, a gestão Tarcísio finge estar preocupada com a educação da população periférica, quando, na verdade, esse modelo de escola visa se aliar à doutrina neopentecostal evangélica já presente dentro de muitas comunidades, e formar cidadãos plenamente doutrinados sob o lema “Deus, pátria e família”. A obediência ao deus Estado sob a máscara da igreja evangélica, o ideal patriota a ser despertado por meio de uma disciplina educacional militarizada, autoritária e sem estímulo ao desenvolvimento do senso crítico, e o discurso hipócrita de defesa e manutenção do amor à “Deus” e à pátria, através da família tradicional e conservadora. Embora não haja nenhum ineditismo nesse projeto, ele representa os mesmos riscos dos modelos anteriores por ele copiado. Um desses riscos é ao estado democrático de direito, algo que ideologias nazistas e fascistas sempre tentaram atacar e destruir. 

Consta que Hitler não acreditava que o nazismo pudesse se ampliar entre a juventude apenas através da inserção da ideologia nas escolas públicas. Certamente, porque ele sabia que haveria resistência por parte de muitos docentes, e isso poderia despertar a criticidade dos jovens sobre suas reais intenções. Criar uma espécie de exército nazista mirim com aparência de movimento juvenil era algo mais eficaz, porque sugeriria uma espontaneidade da juventude na luta pelos seus ideais. No entanto, após a fase, digamos, experimental, onde o recrutamento era feito por indução ou por apelos a uma mudança social no país, a adesão ao movimento se tornou obrigatória. Tanto que em 1936 Hitler decretou uma lei que extinguiu todas as organizações de jovens não-nazistas, criminalizando todo tipo de movimento jovem ou estudantil que não fosse aliado aos interesses do nazismo. Um trecho da determinação dizia: “Toda a juventude alemã do Reich está organizada nos quadros da Hitlerjugend. A juventude alemã, além de ser educada na família e nas escolas, será forjada física, intelectual e moralmente no espírito do nacional-socialismo por intermédio da Hitlerjugend.”

Quando Tarcísio manda sua polícia espancar estudantes e professores que não concordam com a criação da sua nova “juventude hitlerista”, por meio da militarização das escolas públicas, ele sinaliza que essa será a tônica do novo modelo de educação que ele pretende estabelecer no Estado. A natureza autoritária de suas decisões também é uma característica de regimes surgidos pós segunda-guerra, como o neofascismo, do qual o bolsonarismo extraiu a sua base de sustentação e sua narrativa ideológica nacionalista e anticomunista. Como os tempos são outros e a informação está cada vez mais célere e globalizado, criar uma espécie de juventude bolsonarista seria dar muita pinta. Ao contrário de Hitler, mas com a mesma intenção, o bolsonarismo enxerga que é através da educação pública (e também das igrejas evangélicas) que ele pode ampliar a sua voz. Uma vez que as principais capitais brasileiras, geralmente referências para o país, estão sendo governadas por seus quadros políticos. Embora os métodos fascistas possam e devam ser constantemente revisados, é impossível não identificar no bolsonarismo o seu viés autoritário, antidemocrático e cesarista.

Um ponto a se destacar na “política educacional” de Tarcísio e suas escolas cívico-militares, é o fato de que, além de pretender criar um cabide de empregos para policiais da reserva, ele também, segundo o projeto, tornaria esses policiais responsáveis pelo monitoramento, pela implementação de atividades extracurriculares na modalidade cívico-militares, assim como pela organização e seguranças das unidades. Lembremos ainda que Tarcísio está dando à PM paulista o poder de investigação sobre pequenos delitos. Um excludente de ilicitude e abuso de autoridade esfregado na cara da sociedade. Imaginemos que tipo de formação tem esses policiais da reserva no âmbito educacional e quais atividades extracurriculares nos moldes militares eles aplicarão aos alunos. Falemos ainda da possibilidade de cerceamento da liberdade de lecionar dos professores, sob monitoramento de militares ideologicamente motivados. Não é exagero se dissermos que escolas serão transformadas em reichs do bolsonarismo.

Outra questão a ser analisada, principalmente, por pais, mães e responsáveis, é com respeito ao assédio moral e sexual que alunos e alunas possam sofrer dentro desse pretenso modelo de educação. É sempre bom lembrar que esses alunos estarão sob um regime autoritário, onde os militares responsáveis pelo monitoramento, organização e seguranças das escolas, não devem ser contestados, ainda que estejam cometendo algum comportamento inadequado contra esses alunos. A polícia terá a mesma autoridade para abusar de sua autoridade com crianças e adolescentes, tal como costumam fazer contra os adultos no dia a dia. E estamos falando de escolas localizadas em regiões socialmente vulneráveis, onde a maioria dos alunos é pobre e preta. Contemos ainda com o grande número de conservadores, patriotas e cidadãos de bem envolvidos em abusos sexuais contra menores de idade. A grande maioria deles são bolsonaristas e defensores desse modelo de educação repressiva e silenciadora, porque ele sugere que as vítimas se calem, sob a égide da disciplina e obediência, diante da autoridade que o abusador tem sobre elas.

E se esses abusadores forem policiais? A quem alunos, pais, mães e responsáveis irão recorrer com uma denúncia? Ao Governador? Alguém acha que ele permitiria que sua “grande ideia” fosse ainda mais questionada em função de crimes que possam estar ocorrendo dentro das escolas por ele militarizadas? Trago-lhes um fato ocorrido na Escola de Educação Básica Ildefonso Linhares, em Florianópolis, o monitor da escola e militar do Exército Alcione de Jesus, de 56 anos, passou a ser investigado pela Polícia Civil por estupro de vulnerável e importunação sexual após ser denunciado por uma aluna. Segundo matéria do UOL, desde então, outras três denúncias formais foram feitas e, ao total, 12 garotas relatam abusos sexuais cometidos por Alcione. Em outra matéria do site Uol, nos deparamos com uma aluna de 15 anos que foi assediada sexualmente por um professor do Colégio Estadual da Polícia Militar Gabriel Issa, que fica na cidade de Anápolis, em Goiás. O professor, que foi afastado pela escola para apuração do caso, pedia fotos e vídeos da aluna através de uma rede social. Incomodada com a situação, a estudante foi a direção denunciá-lo.

Na Bahia, uma estudante preta, de 13 anos, foi impedida de entrar no Colégio Municipal Dr. João Paim, em São Sebastião do Passé, porque, segundo funcionários da escola, o seu cabelo crespo estava “inchado demais”, mesmo ela estando com os cabelos presos como determina as regras da unidade. Um caso de racismo dentro de uma instituição de ensino militarizada. Se a abordagem militar à população negra e periférica já é agressiva e violenta como regra de conduta para “esse tipo de pessoa”, imaginava com crianças e adolescentes pretos submetidos à sua autoridade educacional e que não sabem se defender? O Ministério Público da Bahia também investiga um sargento da Polícia Militar por suspeita de abuso sexual contra uma adolescente, na cidade de Teodoro Sampaio. A vítima estuda numa escola cívico-militar do município que era coordenada pelo policial. Segundo matéria do G1, a suspeita é de que ele se aproveitava da posição de diretor disciplinar que ocupava na unidade para abordar adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
O debate em torno das escolas cívico-militares precisa se ampliar na sociedade. O MEC já demonstrou grande preocupação com esse modelo, por entender que escola é espaço de liberdade, pluralidade de ideias, diversidade cultural e de trabalhar o conhecimento, algo que um conceito militar, dominador e autoritário não pode oferecer. Deputados bolsonaristas já vinham pressionando o governo Tarcísio para enviar o projeto e aprovar a pauta ainda neste semestre. A ideia é utilizar o tal modelo educacional como bandeira política nas eleições municipais deste ano. Não existe pedagogia na imposição da submissão, não existe educação sob autoritarismo e não existe formação intelectual sob conceitos militares. O militarismo é bélico por essência. Ele não ensina, ele reprime. Ele não educa, ele subjuga. Ele não esclarece, ele aliena. Triste é perceber que boa parte da sociedade apoia esse vilipêndio à educação e as liberdades de ensino. Não às escolas cívico-militares! 

Fonte: Brasil 247

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Redes sociais e as fake news

 As redes sociais têm desempenhado um papel significativo na disseminação de notícias falsas (fake news), afetando a opinião pública e a percepção da realidade de inúmeras pessoas. Essa dinâmica ocorre devido a uma combinação de fatores tecnológicos, sociais e psicológicos.
 

Fatores Tecnológicos

  • Algoritmos de Recomendação: As plataformas de redes sociais, como Facebook, Twitter e YouTube, utilizam algoritmos que priorizam conteúdo baseado em engajamento, como curtidas, compartilhamentos e comentários. Notícias sensacionalistas ou falsas tendem a gerar mais engajamento do que notícias factuais e ponderadas.

  • Facilidade de Compartilhamento: A facilidade de compartilhar informações com um clique permite que as fake news se espalhem rapidamente. A viralização é facilitada pelo design das plataformas, que incentiva o compartilhamento instantâneo e massivo.

  • Bolhas de Filtro: Os algoritmos também criam bolhas de filtro, onde os usuários são expostos apenas a informações que reforçam suas crenças existentes. Isso dificulta a exposição a pontos de vista variados e facilita a disseminação de informações falsas entre grupos com opiniões semelhantes.


Fatores Sociais

  • Confirmação de Viés: As pessoas tendem a acreditar em informações que confirmam suas crenças pré-existentes, um fenômeno conhecido como viés de confirmação. Isso faz com que as fake news sejam mais facilmente aceitas e compartilhadas.

  • Influência Social: A confiança em amigos e familiares nas redes sociais pode aumentar a credibilidade das informações compartilhadas por eles, independentemente da veracidade. Isso cria um efeito em cadeia onde informações falsas são propagadas dentro de círculos sociais.

  • Polarização Política: A polarização crescente em muitas sociedades torna as pessoas mais suscetíveis a acreditar e compartilhar fake news que atacam o "outro lado" político. Notícias falsas são frequentemente usadas como ferramentas de desinformação política para manipular a opinião pública.


Fatores Psicológicos

  • Sensacionalismo: Notícias falsas frequentemente contêm elementos sensacionalistas que capturam a atenção das pessoas mais facilmente do que notícias factuais. Isso é exacerbado pelo design das redes sociais, que recompensa o conteúdo mais chamativo e emocional.

  • Desinformação Intencional: Alguns atores, incluindo estados-nação, organizações e indivíduos, criam e disseminam fake news intencionalmente para manipular a opinião pública ou causar confusão. Isso pode incluir desinformação política, fraude financeira ou criação de pânico social.


Combate às Fake News

  • Verificação de Fatos: Diversas organizações e plataformas implementaram verificadores de fatos para identificar e rotular notícias falsas. No entanto, esses esforços nem sempre são suficientes ou eficazes.

  • Educação Midiática: Aumentar a alfabetização midiática entre os usuários pode ajudar a reduzir a disseminação de fake news. Isso inclui ensinar habilidades críticas para avaliar a veracidade das informações.

  • Regulação e Políticas de Plataforma: Governos e plataformas de redes sociais estão adotando medidas para regular a disseminação de fake news. Isso inclui políticas mais rígidas sobre o que pode ser compartilhado e a imposição de penalidades para quem dissemina informações falsas intencionalmente.


Conclusão

As redes sociais têm um impacto profundo na disseminação de fake news, influenciando a opinião pública de maneira significativa. A combinação de algoritmos de recomendação, bolhas de filtro, viés de confirmação e polarização social cria um ambiente propício para a propagação de desinformação. Abordagens multidimensionais, incluindo educação midiática, verificação de fatos e regulação, são necessárias para mitigar esse problema crescente.

terça-feira, 7 de maio de 2024

O uso da religião na criação de fake news e manipulação

A religião, como uma das forças sociais mais poderosas e influentes do mundo, tem sido tanto uma fonte de inspiração e coesão quanto, infelizmente, um instrumento de manipulação e controle. A manipulação da religião para criar fake news ou enganar as pessoas é uma questão séria, com potenciais efeitos prejudiciais em larga escala. Aqui estão alguns aspectos importantes para entender como a religião é usada nesse contexto:

1. Credibilidade e Confiança

A religião carrega um alto nível de credibilidade e confiança entre seus seguidores. Isso faz com que a manipulação de mensagens religiosas seja uma ferramenta poderosa para influenciar opiniões e comportamentos. Líderes religiosos ou organizações religiosas que têm autoridade entre seus seguidores podem disseminar informações falsas ou distorcidas com relativa facilidade.

2. Utilização de Textos Sagrados

Os textos sagrados muitas vezes podem ser interpretados de várias maneiras. A manipulação desses textos para justificar determinadas posições ou ações é uma prática comum entre aqueles que desejam criar narrativas falsas. Isso pode ser feito por meio de citações fora de contexto ou de leituras tendenciosas para apoiar uma agenda específica.

3. Propagação de Medo e Incerteza

A religião pode ser usada para explorar medos e inseguranças. Por exemplo, mensagens religiosas falsas podem alimentar preocupações apocalípticas, o que pode levar a um comportamento irracional ou extremista. A disseminação de notícias falsas baseadas em medos religiosos pode gerar pânico, divisão e violência.

4. Legitimização de Ideologias Extremistas

Ideologias extremistas, políticas ou religiosas, podem ser legitimadas por meio da manipulação de crenças religiosas. Isso pode resultar na criação de fake news para justificar ações violentas, discriminação ou opressão. Grupos extremistas podem usar a religião para recrutar novos membros, prometendo a eles um sentido de propósito ou uma visão do mundo que valida suas ações.

5. Impacto nas Comunidades Religiosas

A disseminação de fake news no contexto religioso pode ter um impacto significativo nas comunidades religiosas. Pode causar divisões internas, levando a conflitos entre diferentes grupos religiosos ou entre membros de uma mesma religião. Além disso, pode gerar desconfiança em relação às instituições religiosas e diminuir a fé das pessoas em seus líderes.

6. Educação e Alfabetização Midiática

Uma abordagem eficaz para combater a disseminação de fake news baseada em religião é promover a educação e a alfabetização midiática. Ensinar as pessoas a serem críticas em relação às informações que recebem, especialmente as que são apresentadas como verdades religiosas, é crucial. Isso inclui a capacidade de verificar fontes, compreender o contexto e identificar possíveis motivações por trás de certas narrativas.

7. Responsabilidade das Instituições Religiosas

As instituições religiosas têm a responsabilidade de abordar a disseminação de fake news e a manipulação. Isso pode incluir a promoção de um discurso aberto e honesto, bem como a refutação ativa de informações falsas. A colaboração entre líderes religiosos e especialistas em comunicação pode ajudar a criar estratégias eficazes para combater a desinformação.

Conclusão

O uso da religião para criar fake news e manipular pessoas é um problema complexo que requer uma abordagem multifacetada. É necessário abordar questões de confiança, interpretação de textos sagrados e impacto social para mitigar os efeitos negativos dessa prática. Ao aumentar a conscientização e a educação, bem como a responsabilidade das instituições religiosas, é possível enfrentar esse problema de maneira eficaz.

 

sexta-feira, 19 de abril de 2024

ELABORADAS PELO EPISCOPADO BRASILEIRO DURANTE A 61ª AG CNBB, BISPOS DIVULGAM MENSAGENS AO POVO E AOS CATÓLICOS BRASILEIROS.

A mensagem ao "Povo Brasileiro' foi apresentada pelo Arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, na última quinta-feira, 17/04, durante a coletiva de imprensa, onde foram apresentadas outras três cartas: Carta ao Dicastério para os Bispos, carta ao Papa Francisco e outra para os cristãos católicos. A escrita dessas cartas já seguem a tradição das Assembleias Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.


A Mensagem ao Povo Brasileiro, é “um texto em certo sentido longo”, segundo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, dada “a necessidade de abordarmos alguns elementos importantes”, pretende ser uma mensagem de esperança, de futuro, da realidade política e climática, que aborda as eleições que se aproximam, lembrando os 60 anos de início da Ditadura e incentivando a cuidar da Democracia e combater a violência no país e as guerras.


Dom Leonardo pediu a ajuda dos meios de comunicação para que essas mensagem cheguem e ajudem diante da situação de tensão, de conflitos e de muita violência que a sociedade brasileira vive, provocada pelas drogas, as facções e pelas as palavras. Trata, segundo dom Leonardo, de uma mensagem que faz um chamado à paz, também na floresta, para os povos indígenas, ameaçados pelo Marco Temporal.

Pela primeira vez se faz uma mensagem da Assembleia às comunidades católicas, enfatizou o arcebispo de São Paulo, cardeal Pedro Odilo Scherer, que trata da vida das comunidades. A mensagem inicia agradecendo “por tudo aquilo que de bom e belo existe para a missão”, por tudo o que é vivido e realizado nas comunidades. Igualmente o texto ressalta a santidade, com um número de “processos de beatificação e canonização como nunca houve antes”.


A carta dirige uma palavra de encorajamento sobre algumas questões, tendo como pano de fundo a sinodalidade: o diálogo, o respeito pelos outros, saber divergir sem brigar, insistindo em que “nossa fé não deve dividir, mas deve ser um elemento que ajuda a criar comunidade”.


A mensagem ressalta a necessária comunhão com o Papa e com os bispos e faz um convite a não desanimar diante das dificuldades presentes e à participação ativa na vida das comunidades e da sociedade. Finalmente, um chamado à preparação ao Jubileu 2025. De acordo com dom Odilo, trata-se de uma carta que pretende “encorajar, orientar, apoiar, respaldar a nosso povo católico”.


Os textos são assinados por Dom Jaime Spengler (Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre e Presidente da CNBB), Dom João Justino de Medeiros Silva (Arcebispo da Arquidiocese de Goiânia e 1º Vice-Presidente da CNBB), Dom Paulo Jackson Nóbrega (Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife e 2º Vice-Presidente da CNBB) e Dom Ricardo Hoepers (Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília e Secretário-Geral da CNBB).

Fonte: Arquidiocese de Brasília

terça-feira, 16 de abril de 2024

Abril Vermelho começa com mais de 24 ocupações em 11 estados, diz MST

MST
A Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária iniciada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesta segunda-feira (15) realizou mais de 24 ocupações em 11 estados brasileiros. Os dados foram divulgados em nota do próprio movimento, que ainda afirma ter promovido mais de 30 ações em 14 estados.

As ocupações de terra ocorreram em Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Goiás, no Rio Grande do Norte, Paraná, Pará, Distrito Federal, Ceará, Rio de Janeiro e na Bahia. Foram selecionadas localidades estratégicas, como uma área da Embrapa em Petrolina (RJ) apontado pelo movimento como "improdutiva, ociosa e abandonada"; uma usina em Goiás que, segundo o movimento, acumula dívidas com a União; e uma área já comprovada como pública em Campinas (SP).

"As ocupações de terra enfatizam a importância da reforma agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis no Brasil", afirma a nota do movimento, destacando o objetivo de erradicar "a fome no campo e na cidade”. "Lutamos porque 105 mil famílias estão acampadas e exigimos que o governo federal cumpra o artigo 184 da Constituição Federal, desaproprie latifúndios improdutivos e democratize o acesso à terra".

Outras ações realizadas pelo MST incluem manifestações, como ocorreu em Sergipe; montagem de acampamentos como o Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra, no Pará; assembleias como a Assembleia Popular no Maranhão e a continuidade da Marcha Estadual em Defesa da Reforma Agrária na Bahia, iniciada no dia 9 com objetivo de percorrer um percurso de mais de 110 quilômetros, de Feira de Santana a Salvador.

As iniciativas do MST acontecem dentro do contexto do Abril Vermelho, tradicional mês de lutas realizado anualmente pela organização. Em 2024, o lema escolhido para organizar o mês de atividades foi 'Ocupar para o Brasil alimentar'.

A escolha do momento decorre do 17 de abril, o Dia Internacional de Luta Camponesa. Nesta data, em 1996,  foram assassinados 21 trabalhadores rurais assassinados pela polícia militar no Massacre de Eldorado do Carajás, no estado do Pará.


Novo programa do governo federal

A nota do MST destaca ainda o anúncio feito hoje pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do programa Terra da Gente, cujo objetivo é beneficiar 295 mil famílias agricultoras até 2026.

Para Ceres Hadich, da Coordenação Nacional do MST, o anúncio "vem ao encontro de duas grandes prioridades do governo Lula e ao cumprimento da função social da terra, que são o enfrentamento à fome e os cuidados com o meio ambiente". 

Apesar dos elogios, a nota do MST também destaca pontos de descontentamento com a atual condução da política agrária. "Estamos em uma conjuntura em que o orçamento voltado para a obtenção de terra e direitos básicos no campo, como infraestrutura, crédito para produção, moradia, entre outros, é por dois anos consecutivos, o menor dos últimos 20 anos", afirma o movimento.

Edição: Thalita Pires

Fonte: Brasil de Fato

terça-feira, 9 de abril de 2024

Brasil deve dar resposta enérgica ao bilionário do “vamos dar golpe em quem quisermos”

“O Brasil deve aproveitar ataque de Musk à democracia para banir sua plataforma de apoio à extrema direita e estimular rede social brasileira”, diz Aquiles Lins

Em 24 de julho de 2020, o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da rede social X (antigo Twitter) mostrou os dentes contra a democracia de países latinoamericanos. Ao responder a uma provocação sobre interesse em derrubar o então presidente da Bolívia Evo Morales para ter acesso ao lítio boliviano, que abasteceria os carros da Tesla, Musk escreveu em sua conta no Twitter: “Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso”. 

Quase quatro anos depois, o bilionário agora se volta contra o Brasil, com ataques diretos ao Poder Judiciário, especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No domingo (7), Elon Musk pediu no X a renúncia ou impeachment do ministro Alexandre de Moraes. O bilionário afirmou que em breve o X iria divulgar como as exigências do ministro violam a legislação brasileira, acusando-o de trair a Constituição e o povo brasileiro. Desde sábado (6), Elon Musk tem criticado publicamente Alexandre de Moraes acusando-o de praticar censura nas redes sociais. 

Em resposta, o ministro Alexandre de Moraes incluiu Elon Musk no inquérito sobre as milícias digitais antidemocráticas. Em sua determinação, Moraes enfatizou que as redes sociais não estão isentas da lei, ressaltando a importância de cumprir as determinações judiciais. Moraes ordenou uma investigação sobre a conduta de Musk por obstrução à justiça e incitação ao crime, e estabeleceu multas para a X caso perfis sejam reativados irregularmente. Além disso, o ministro do STF estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil para cada perfil da rede social que venha a ser desbloqueado, em descumprimento da decisão judicial. E frisou a possível punição aos responsáveis legais pela empresa no Brasil caso isso ocorra.

Apesar da decisão do ministro Alexandre de Moraes, Musk removeu restrições de perfis de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro bloqueados pelo STF. Após a decisão, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos fez uma transmissão ao vivo para quase 10 mil usuários do X entre 22h e 23h deste domingo. O extremista é foragido da Justiça brasileira desde outubro de 2021 e hoje vive nos EUA.

Com seu histórico de apoio à extrema-direita e sob a puída e falsa veste da liberdade de expressão, Elon Musk agride a soberania brasileira e deve ter uma resposta firme e enérgica das instituições do país. Um bilionário não pode tentar desestabilizar o estado de direito brasileiro para beneficiar os interesses da extrema-direita, que atacam a democracia, disseminam fake news em escala monumental e minam a credibilidade do sistema democrático. Esta nova agressão da extrema-direita internacional torna o momento ainda mais propício para uma atuação conjunta do Judiciário, do Congresso Nacional e do Executivo, não só para coibir as agressões do X e de seu dono, mas principalmente para apoiar financeira e tecnologicamente o desenvolvimento de plataformas sociais brasileiras.


Fonte: Brasil 247

Linux Mint 22 pode acabar com a versão EDGE


Todo lançamento LTS do Ubuntu é empolgante não apenas pelo sistema da Canonical em si, mas pelas várias outras distros que se baseiam nele e também receberão uma grande atualização. O Linux Mint 22, codinome “Wilma”, será baseado no Ubuntu 24.04, ele já está em desenvolvimento e os desenvolvedores compartilharam algumas novidades incríveis que estão para chegar.


Otimização de espaço

O Linux Mint 22 terá uma pequena mudança no processo de instalação que certamente economizará algum armazenamento logo de início. Por padrão, a distro virá com oito idiomas disponíveis durante a instalação, inglês, alemão, espanhol, francês, russo, português, holandês e italiano, quem precisar de algum outro durante a instalação, deverá se conectar à internet para o instalador fazer o download.

Até então, após instalar o Linux Mint, o sistema mantinha os pacotes de todos os idiomas disponíveis offline. Agora, ele apagará tudo, exceto o escolhido pelo usuário durante a instalação e o inglês.


Linux Mint 22 será mais compatível com novas tecnologias

Quando alguém diz que o Linux Mint demora para aderir novas tecnologias, esta não é necessariamente uma impressão errada. O Linux Mint 22 troca finalmente o PulseAudio pelo PipeWire, um servidor de áudio mais leve e com menor latência, uma substituição que a maioria das outras distros Linux já fez.

O sistema ainda implementa um novo gerador de thumbnails para arquivos do GIMP, facilitando visualizar as criações antes de abri-las. Em termos de suporte a formatos arquivos de imagem, o Linux Mint 22 fica até na frente do Ubuntu 24.04, considerando que ele traz suporte nativo à visualização de JPEG XL pelo Pix.

Mas uma das maiores novidades do Linux Mint 22, é que agora os desenvolvedores buscarão acompanhar a atualização de kernel do Ubuntu 24.04, em vez de se manter na versão inicial. Até então, o Linux Mint tinha uma edição separada para isso, chamada EDGE, mas os desenvolvedores notaram que não houve diferença significativa na estabilidade entre o Linux Mint padrão da série 21 e o EDGE. Além disso, um crescente número de usuários com notebooks novos só estão conseguindo aproveitar bem o potencial do sistema utilizando versões mais recentes do kernel.


Seguindo seu próprio rumo

No GNOME 46, o Online Accounts foi portado para GTK4, ficando incompatível com aplicativos GTK3, ainda muito utilizado pelo Linux Mint. O recurso não apenas serve para manter o ambiente gráfico sincronizado com a nuvem, como também é importante para vários programas funcionarem corretamente.

Para resolver este problema, a equipe do Mint decidiu criar um fork, um Xapp chamado GNOME Online Account GTK, aberto para qualquer outra distro Linux ou ambiente gráfico que depende de GTK3, como o Budgie e o Unity.

Uma das novidades do Ubuntu 24.04 é que o Thunderbird que vem pré-instalado, passa a ser empacotado o formato Snap, mas como o pessoal do Mint não quer trazer o Snap por padrão no sistema e pretendem seguir com o Thunderbird, eles decidiram empacotar por conta própria a aplicação em .deb., formato como sempre trouxeram o aplicativo.

Nos últimos meses, o repositório do Mint tem sofrido com momentos de lentidão quando com alto tráfego, para mitigar o problema, estão buscando uma parceria com a companhia Fastly.

Outra grande novidade do Linux Mint 22, é o Jargonaut, a sua nova ferramenta de comunicação entre a comunidade de usuários e também o suporte do sistema operacional. Ele continua em construção, já fizeram o layout, um ícone, uma forma de visualizar imagens, a autenticação de usuário e mais outros detalhes necessários.


Fonte: Diolinux


segunda-feira, 8 de abril de 2024

Usar Linux é difícil?

 

Muita gente pensa em Linux e já associa a hackers que fazem tudo utilizando apenas uma tela preta com letras verdes, conseguindo invadir sistemas. Nessa visão fantasiosa, pode parecer que no Linux é difícil fazer coisas simples como escrever um documento de texto, ou assistir um vídeo, mas isso está longe de ser verdade. Atualmente, o Linux pode ser tão fácil quanto ou até mais do que alternativas como o Windows. Mas de onde veio essa ideia de que o Linux é difícil?

Por que as pessoas pensam que usar Linux é difícil

O Linux tem uma história bem particular, seu núcleo veio das mãos de Linus Torvalds nos anos 90, com uma ideia diferente do que o mercado estava acostumado: fornecer softwares criados de maneira totalmente aberta. O código-fonte do Linux, que é o que os programadores escrevem para um software existir, é aberto para qualquer pessoa ler, entender e contribuir com sua melhoria. Empresas como a Microsoft guardam o código-fonte do Windows à sete chaves, como um segredo industrial.

Por ter o código-fonte aberto, publicado para todo mundo ver, usar e alterar, a venda do software fica inviável, afinal, qualquer um pode recriar a partir do código-fonte. Some isso à qualidade do Linux, por receber contribuições de diversas fontes, inclusive grandes empresas, como a Intel, IBM e AMD, participando financeiramente e com mão de obra. Com baixo custo e grande qualidade, rapidamente o Linux se tornou o padrão em servidores, sendo parte importante da infraestrutura da internet. 

Criado originalmente para o uso doméstico, o investimento que recebeu especializou o Linux para uso empresarial, por especialistas em informática que entendem de linha de comando e aproveitam essa ferramenta para produzir softwares mais eficientes e escaláveis, embora não necessariamente fáceis para iniciantes e usuários comuns. Inclusive, essas características fazem a linha de comando popular até hoje.

Do outro lado, o Windows é mais antigo, ele foi criado desde o início pensando em ser fácil para usuários domésticos e evoluiu sempre tendo isso em mente, com muito investimento nesse sentido. Quando o Linux nasceu, o Windows já era utilizado pela maioria dos escritórios e casas que tinham um computador, as pessoas já estavam acostumadas como ele funciona.

Por muito tempo, os usuários e desenvolvedores Linux focaram na linha de comando, foi criado muito material sobre Linux se baseando nessa ferramenta, de modo que o sistema ficou conhecido pelo público geral como algo avançado, para quem entende o que as letras do terminal significam. Não dá para mudar a história e pode levar tempo para as pessoas mudarem a percepção sobre algo.

Por que hoje em dia o Linux é fácil?

Embora a história do Linux tenha contribuído para a fama de difícil, foi importante para construir um sistema muito sólido. Com essa base poderosa estabelecida, ainda nos anos 2000 diversas equipes começaram a trabalhar para criar interfaces gráficas mais amigáveis para o Linux, um dos sistemas Linux que liderou este movimento é o Ubuntu, que por muito tempo foi considerado a melhor opção para iniciantes em Linux.

A natureza aberta do Linux abre espaço para muita experimentação, algumas novas ideias de design de software são implementadas primeiro em sistemas Linux, depois aderidas por sistemas mais fechados como o Windows e macOS. Atualmente, existem sistemas Linux com interface muito trabalhada e polida, conseguindo ser modernas, bonitas e fáceis de usar.

Distros como Zorin OS e Linux Mint são feitas especialmente pensando em iniciantes, mas a maioria das distros tem o cuidado de permitirem o usuário comum fazer o que precisa sem recorrer à linha de comando. De toda maneira, o Linux é fundamentalmente diferente do Windows e do macOS, é inviável criar uma distro idêntica a algum desses sistemas, nem há realmente motivo para isso. Certas coisas mudam, dependendo do sistema operacional, novos usuários sempre precisarão da boa vontade de aprender.

No Windows, para novos programas, tem que baixar da internet e instalar, enquanto as distro Linux contam com lojas de aplicativos, as coisas mudam de lugar ou funcionam de forma diferente de um sistema para o outro. Mas talvez a maior barreira para o Linux seja instalar o sistema operacional. Enquanto muitos computadores já vem com o Windows, os que trazem o Linux geralmente não é uma boa versão.

Este conteúdo é baseado no episódio do Diocast onde conversamos sobre como foi nosso processo de migração para o Linux, com nossas principais dificuldades e várias dicas para você que quer migrar para Linux (ou qualquer outro sistema operacional) poder planejar seus passos com tranquilidade. Migrar para Linux pode ser uma ótima maneira de dar um novo fôlego ao seu computador, aumentar sua segurança e produtividade, ou simplesmente para experimentar algo novo. Mas com tantas opções disponíveis, pode ser difícil escolher por onde começar. Assista na íntegra!


Artigo do site: Diolinux

domingo, 7 de abril de 2024

O traço de Ziraldo deveria ser um símbolo nacional.

 NUNCA HOUVE NO MUNDO UM ARTISTA GRÁFICO COMO ZIRALDO. Não estou exagerando: nunca houve! Em tempo algum. Até porque seria um reducionismo classificar o mais famoso filho de Caratinga – desculpem Ruy Castro, Miriam Leitão, Agnaldo Timóteo e Silvio Brito – apenas como “artista gráfico”.

O PAI DO MENINO MALUQUINHO abraçou os ofícios de editor, quadrinhista, chargista, locutor, jornalista, escritor, teatrólogo, publicitário, entrevistador, roteirista, jurado de televisão e ator. Sim, ator: procurem no Youtube “Esse mundo é meu” (1964), filme de Sérgio Ricardo, no qual nosso herói faz papel de padre. E ainda se gabava de cantar boleros com a competência de um Gregório Barrios. Ninguém foi tantos, nenhum foi muitos assim. Um showman, um dínamo, um azougue, como se dizia muito lá atrás (ele só não se entendia com a internet).

ISABEL LUSTOSA LEMBRA que apenas dois artistas poderiam se equiparar a ele na imprensa brasileira: Angelo Agostini, absoluto em jornais e revistas na segunda metade do século XIX, e J. Carlos, explosão criativa nos primeiros 50 anos do seguinte. O mineiro surgiu nessa época e esparramou seu talento daí por diante.

ZIRALDO CRIOU A PRIMEIRA série de quadrinhos do mundo a ter como protagonistas um menino negro com deficiência – o Saci – e um membro dos povos originários – Tininim. Era a Turma do Pererê, que mesmo publicado esparsamente nos últimos 65 anos, não tem comparação a altura. Com suas namoradas – Boneca de Pixe e Tuiuiú -, conviviam com a onça (Galileu), o macaco (Allan), o jabuti (Moacir), o tatu (Pedro Vieira) e um coelho estranhamente vermelho (Geraldinho) – tudo supervisionado por Mamãe Docelina. Os nomes vinham de amigos de infância. O gibi vendia como água, entre 1959-64. Saiu de circulação no mesmo mês do golpe.

O PERERÊ SINTETIZOU modos de vida da transição demográfica do Brasil rural para o urbano. O país que em 1930 tinha quase 80% da população distribuída esparsamente no campo passou a ter, três décadas depois, metade de sua gente habitando cidades do sul-sudeste, inchadas e carentes de infraestrutura e instituições que amparassem os fugitivos da fome e da miséria.

NAS PÁGINAS DO GIBI, isso é mostrado sem cacoetes acadêmicos, através de uma trupe em infindáveis peripécias num ponto incerto do “Brasil central”, defendendo seu modo de ser, sua floresta e até mesmo o direito de estar vivo num mundo que se transformava aceleradamente. Moacy Cirne destacou, em “A linguagem dos quadrinhos” que “poucas vezes, no quadro geral da literatura e arte brasileiras, uma obra refletiu com tanta agudeza crítica os problemas sociais de sua época”.

NO DESENHO, SUAS INFLUÊNCIAS MAIORES vieram da geração de cartunistas europeus surgidos no pós-Guerra – Sempè, Steinberg, André François e outros – e expoentes do modernismo brasileiro. “A partir de determinado tempo, passei a olhar mais os trabalhos de Portinari e Di Cavalcanti, com formas justapostas de efeitos gráficos muito originais”, me contou numa conversa em fins de 1990. Seus traços do começo dos anos 1970 revelam uma crescente preocupação formal, tendente ao geometrismo, que resultava em composições quase construtivistas

ZIRALDO FOI TAMBÉM O MAIS POPULAR autor de livros infantis brasileiros da atualidade. O seu “O menino maluquinho” (1979) já passa de 2,5 milhões de exemplares vendidos, tendo sido convertido para teatro e cinema, além de gerar uma série de outros produtos. Marcante foi sua atuação durante a ditadura (1964-1985), não só através dos trabalhos para a imprensa, mas também em colaboração com as campanhas da Anistia e das Diretas Já, bem como para inúmeras entidades populares. Deve entrar nessa conta, também, seu papel decisivo para o sucesso do “Pasquim”, a partir de 1969.

UMA AMIGA EM COMUM – Sonia Luyten – me sintetizou o significado afetivo de Ziraldo, depois de viver anos no Japão, num tempo em que não existia internet ou facilidades de comunicação instantânea. “Vi por acaso uns desenhos dele numa publicação e senti uma saudade imensa do Brasil. Aquilo para mim é um pedaço de nosso país”.

É ISSO MESMO. O traço de Ziraldo – agora um imortal sem nunca ter entrado na Academia – é um símbolo nacional. O Pererê bem poderia estar no centro de nossa bandeira.


Matéria publicada no Diário do Centro do Mundo

terça-feira, 26 de março de 2024

O que é software livre e quais as vantagens em usá-lo na sua empresa

 Softwares são programas de computador que permitem aos usuários redigir textos, fazer tabelas, editar conteúdo, ver imagens e executar outras infinitas atividades no computador.

Sem a instalação dos softwares, não podemos executar essas atividades. Mas para tê-los, até pouco tempo, o usuário tinha que pagar por quase todos esses programas essenciais.

Na maioria das vezes, o computador já vem com os programas básicos instalados, mas o cliente paga o valor do software, nada módico, embutido no preço do computador. No entanto, uma geração de programas surgiu para acabar com isto: os softwares livres.

Software livre, segundo a definição criada pela Free Software Foundation, é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído com algumas restrições.

O software livre é um movimento que visa promover o compartilhamento de conhecimento e criar uma cultura de colaboração na comunidade de desenvolvedores. O software livre pode ser usado para qualquer propósito, desde desenvolvimento de software até pesquisa científica.

Diferentemente do software proprietário, que é vendido almejando lucro, software livre é produzido de forma colaborativa por milhares de programadores em todo o mundo, produzindo um único software de acesso gratuito.

Com a evolução dos softwares livres, já existem programas similares e tão bons quanto aqueles tradicionais e conhecidos pela maioria das pessoas. São programas de redação de textos, tabelas, banco de dados e muito mais. Basta entrar no site e baixar em seu computador.

Vantagens para micro e pequenas empresas

O uso de software livre possui uma grande vantagem em relação ao software proprietário, especialmente para as empresas, pelo não pagamento de licenças. Licenças de softwares podem representar um imenso custo a cada ano para a utilização e atualização de tais programas.

O preço de algumas licenças chegam a custar 70% do valor do software. Ou seja, imagine um software (o programa em si) que custe R$ 1.000,00, a sua licença a 70% seria algo em torno de R$ 700,00. Além disso, quando se compra um software proprietário só se tem "o direito" de usar em um único computador.


terça-feira, 19 de março de 2024

O Culto ao Consumismo

 O culto ao consumismo e ao capitalismo é uma realidade cada vez mais presente em nossa sociedade contemporânea. Com o avanço da globalização e a expansão do mercado, somos constantemente bombardeados por mensagens que nos incentivam a consumir incessantemente, muitas vezes em detrimento de valores mais fundamentais.

O consumismo, em sua essência, promove a ideia de que a felicidade e a realização pessoal estão intrinsecamente ligadas à aquisição de bens materiais. Essa mentalidade é cultivada através de estratégias de marketing habilmente desenvolvidas, que exploram nossos desejos, aspirações e até mesmo inseguranças, para nos convencer de que precisamos constantemente comprar mais para nos sentirmos completos.

O capitalismo, por sua vez, é o sistema econômico que sustenta e alimenta esse culto ao consumismo. Baseado na busca pelo lucro e na acumulação de riqueza, o capitalismo estimula a produção em massa e o consumo desenfreado como formas de impulsionar o crescimento econômico. Nesse sistema, o sucesso é frequentemente medido pelo poder aquisitivo e pela capacidade de consumo, o que reforça ainda mais a ideia de que o valor de uma pessoa está diretamente ligado aos bens materiais que ela possui.

No entanto, esse ciclo de consumismo e capitalismo desenfreado traz consigo uma série de consequências negativas. Em primeiro lugar, contribui para a degradação do meio ambiente, através do esgotamento de recursos naturais e da geração de resíduos e poluição. Além disso, promove a desigualdade social, uma vez que nem todos têm acesso igualitário aos recursos necessários para participar plenamente desse sistema de consumo.

O culto ao consumismo e ao capitalismo também pode ter impactos significativos em nossa saúde mental e bem-estar emocional. A constante pressão para consumir mais e mais pode levar ao endividamento, ao estresse e à insatisfação crônica, à medida que buscamos incessantemente a felicidade em coisas externas, em vez de encontrar significado e realização em aspectos mais profundos de nossas vidas.

Portanto, é importante questionarmos esse culto ao consumismo e ao capitalismo e buscar formas mais sustentáveis e equitativas de organização social e econômica. Isso envolve repensar nossos valores e prioridades, promovendo uma cultura de consumo consciente, que valorize a qualidade sobre a quantidade, o bem-estar coletivo sobre o individualismo e o respeito ao meio ambiente sobre o crescimento econômico a qualquer custo. Somente assim poderemos construir um futuro mais justo, equilibrado e sustentável para todos.