As ocupações de terra ocorreram em Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Goiás, no Rio Grande do Norte, Paraná, Pará, Distrito Federal, Ceará, Rio de Janeiro e na Bahia. Foram selecionadas localidades estratégicas, como uma área da Embrapa em Petrolina (RJ) apontado pelo movimento como "improdutiva, ociosa e abandonada"; uma usina em Goiás que, segundo o movimento, acumula dívidas com a União; e uma área já comprovada como pública em Campinas (SP).
"As ocupações de terra enfatizam a importância da reforma agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis no Brasil", afirma a nota do movimento, destacando o objetivo de erradicar "a fome no campo e na cidade”. "Lutamos porque 105 mil famílias estão acampadas e exigimos que o governo federal cumpra o artigo 184 da Constituição Federal, desaproprie latifúndios improdutivos e democratize o acesso à terra".
Outras ações realizadas pelo MST incluem manifestações, como ocorreu em Sergipe; montagem de acampamentos como o Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra, no Pará; assembleias como a Assembleia Popular no Maranhão e a continuidade da Marcha Estadual em Defesa da Reforma Agrária na Bahia, iniciada no dia 9 com objetivo de percorrer um percurso de mais de 110 quilômetros, de Feira de Santana a Salvador.
As iniciativas do MST acontecem dentro do contexto do Abril Vermelho, tradicional mês de lutas realizado anualmente pela organização. Em 2024, o lema escolhido para organizar o mês de atividades foi 'Ocupar para o Brasil alimentar'.
A escolha do momento decorre do 17 de abril, o Dia Internacional de Luta Camponesa. Nesta data, em 1996, foram assassinados 21 trabalhadores rurais assassinados pela polícia militar no Massacre de Eldorado do Carajás, no estado do Pará.
Novo programa do governo federal
A nota do MST destaca ainda o anúncio feito hoje pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do programa Terra da Gente, cujo objetivo é beneficiar 295 mil famílias agricultoras até 2026.
Para Ceres Hadich, da Coordenação Nacional do MST, o anúncio "vem ao encontro de duas grandes prioridades do governo Lula e ao cumprimento da função social da terra, que são o enfrentamento à fome e os cuidados com o meio ambiente".
Apesar dos elogios, a nota do MST também destaca pontos de descontentamento com a atual condução da política agrária. "Estamos em uma conjuntura em que o orçamento voltado para a obtenção de terra e direitos básicos no campo, como infraestrutura, crédito para produção, moradia, entre outros, é por dois anos consecutivos, o menor dos últimos 20 anos", afirma o movimento.
Edição: Thalita Pires
Fonte: Brasil de Fato
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